Publicidade
Publicidade
Governo de transição é única saída no Egito, dizem analistas
TARIQ SALEH
ENVIADO ESPECIAL DA BBC AO CAIRO
A única solução viável para a crise no Egito seria a criação de um governo de transição que inclua a oposição e não coloque em risco a estabilidade do país, afirmam especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
Segundo o analista político egípcio Ziad Moussa, do Centro Al Ahram de Estudo Políticos e Estratégicos do Cairo, o país passa por um momento de indefinição sobre quem poderia assumir o poder no lugar do presidente Hosni Mubarak. Moussa também acredita que a oposição está claramente dividida entre as opções de uma transição gradual e outra imediata.
"As manifestações chegaram a um ponto em que não se sabe qual será o próximo passo. Se Mubarak sair, alguém com forte liderança teria que assumir para fazer essa transição e reformas políticas", disse Moussa por telefone.
Para ele, o Egito não pode permanecer imerso em indefinição por muito tempo.
"Há obrigações internacionais, há a economia e a vida cotidiana. Os protestos precisam ter uma ideia clara de para onde irão e que passos tomar. E precisam definir logo o que exatamente querem."
O ativista e analista político Basem Fathy, diretor da Academia de Democracia Egípcia no Cairo, salientou que um levante pró-democracia é direito da população, mas deve ser feito com responsabilidade.
"O diálogo não deve ser abandonado, deve haver uma negociação para fazer uma transição gradual sob pena de vermos um endurecimento do atual governo e oposição."
ESPECULAÇÃO
Desde que os protestos começaram, no dia 25 de janeiro, para exigir a renúncia do presidente Mubarak, que está no poder há 30 anos, alguns nomes vem sendo levantados como possíveis sucessores de Mubarak. Nomes como o do ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, Mohammed ElBaradei, e o do secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa.
"São nomes com perfis diferentes, mas que poderiam liderar um diálogo e formar um governo de união nacional que preparasse novas eleições e a reformulação da constituição do país", explicou Fathy.
Em seu discurso na noite da última terça-feira, Mubarak prometeu que não concorreria à reeleição no pleito marcado para setembro deste ano. Ele também declarou que iniciaria reformas políticas, econômicas e sociais no país.
Mas para Ziad Moussa, promessas de reformas já haviam sido feitas antes e "não foram cumpridas".
"O presidente Mubarak precisa negociar uma solução com a oposição, não impor uma. Sem isso, não haverá saída", salientou ele.
Fathy concorda, e afirma que o Egito "importa mais que os líderes que querem poder".
"Protestos apenas por protestos não levam a nada. Um plano de volta gradual à democracia e à normalidade institucional é a saída para o país", falou.
+ Canais
- Acompanhe o blog Pelo Mundo
- Acompanhe a Folha Mundo no Twitter
- Acompanhe a Folha no Twitter
- Conheça a página da Folha no Facebook
+ Notícias sobre o Egito
- Vice-presidente do Egito inicia diálogo com partidos, diz TV
- Confrontos matam dez no Egito; governo nega envolvimento
- Governo egípcio deve deter ataques contra manifestantes, diz ONG
+ Notícias em Mundo
+ Livraria
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice