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03/02/2011 - 08h05

Vice-presidente do Egito inicia diálogo com partidos, diz TV

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, iniciou um diálogo com partidos políticos e forças nacionais, informou o canal de televisão estatal, que não especificou quem são os participantes das negociações.

Suleiman oferecera nos últimos dias o diálogo à oposição que pede a renúncia imediata do ditador Hosni Mubarak, em meio aos protestos cada vez mais violentos no Cairo. As principais facções opositoras, o Movimento 6 de Abril e a Irmandade Muçulmana e o reformista e Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, rejeitaram diálogo enquanto o ditador estiver no poder e no país.

"Um diálogo começou entre o vice-presidente e os partidos políticos e as forças nacionais", afirma uma faixa de informação do canal estatal no 10º dia consecutivo de protestos. A emissora não especificou os partidos e forças envolvidos nas conversações.

Em discurso na terça-feira (1º), Mubarak reiterou que havia pedido a Suleiman, recém-nomeado, "que dialogasse com todas as forças políticas".

Veterano dos serviços de inteligência, Suleiman, nomeado por Mubarak como seu primeiro vice-presidente na semana passada, afirmou na quarta-feira que os protestos deveriam acabar antes do início do diálogo com a oposição.

Mubarak está sob intensa pressão não apenas interna, mas como de vários países para que inicie a transição imediata. Nesta quinta-feira, França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Itália pediram ao Egito, em uma declaração conjunta, o início de um processo de transição e condenaram os que usam ou estimulam a violência.

O ditador disse que não concorrerá às eleições em setembro, mas que permanece no poder até a escolha do novo líder.

TIROS

Apoiadores do ditador Hosni Mubarak abriram fogo contra opositores do regime e mataram ao menos cinco na madrugada desta quinta-feira na praça Tahrir, no centro do Cairo. O governo negou envolvimento na violência, apesar das acusações de que há policiais a paisana entre os manifestantes pró-governo. As vítimas elevam para oito o soldado de mortos, além de mais de 1.500 feridos em Tahrir.

Os disparos foram provenientes da Ponte de Outubro, onde se localizam os partidários pró-Mubarak e também deixaram dezenas de pessoas feridas. Segundo as agências de notícias, os tiros começaram a ser escutados na praça Tahrir por volta das 4h (0h de Brasília) e seguiram até o amanhecer.

Os militares, que se mantém impassíveis durante os confrontos, separaram os apoiadores e detratores de Mubarak no centro do Cairo. A infantaria foi enviada para criar uma zona neutra entre os dois grupos, em uma tentativa de encerrar a violência.

Um jornalista da agência de notícias Reuters no local disse que os dois campos estavam separados por cerca de 80 metros, na primeira ação decisiva do Exército para encerrar a violência. "A zona neutra está coberta de pedras do tamanho de um punho", disse o repórter, se referindo aos projéteis lançados pelos dois lados.

Horas depois do tiroteio, o ambiente é tenso em Tahrir. O local continua tomado por milhares de manifestantes contrários ao regime de Mubarak e cercado de partidários do ditador egípcio.

As tropas do Exército controlam os acessos à praça, símbolo da revolta popular que sacode o Egito há dez dias, e tentam evitar que se repitam os duros enfrentamentos entre partidários e opositores de Mubarak.

O ponto mais crítico às 10h30 (6h30 de Brasília) se encontrava perto do Museu Egípcio, na rua que comunica a praça Tahrir (praça Libertação) com a praça Abdel Menem Riad, onde há um cinto de contenção de militares e civis apoiados por dois tanques que tentam acalmar a situação.

Os partidários de Mubarak, contados às dezenas, foram expulsos da praça Tahrir --mas lançam pedras e até coquetéis molotov das zonas adjacentes à praça Abdel Menem Riad, segundo a agência Efe.

Muitos dos opositores a Mubarak patrulham a praça Tahrir armados com paus e agitando bandeiras do Egito. Em seus rostos podem ser observadas marcas dos violentos incidentes ocorridos no local, sendo que vários têm curativos pelo corpo.

A todo o momento, manifestantes detêm pessoas consideradas do bloco contrário para entregá-las aos militares.

 

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