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BBC faz vigília por libertação de jornalista no Tadjiquistão
DA BBC BRASIL
Jornalistas da BBC farão nesta quarta-feira uma vigília no centro de Londres para pedir a libertação de um colegas mantido preso há dez dias no Tadjiquistão, no sul da região do Cáucaso.
Urunboy Usmonov, que permanece sob custódia do Serviço Nacional de Segurança em Khojand, no norte do país, foi indiciado nesta semana sob acusação de fazer parte de uma organização extremista proibida no país, o grupo islâmico Hizb ut-Tahrir.
BBC |
Urunboy Usmonov foi detido por fazer parte de uma organização extremista proibida no país, o grupo islâmico Hizb ut-Tahrir |
Depois de passar mais de uma semana incontactável, Usmonov foi autorizado pelas forças de segurança a receber a visita de parentes por apenas meia hora.
"Mal pude reconhecê-lo. Ele estava muito abatido e magro", disse à BBC a mulher do jornalista, Malohat Abduazimova. "Percebi que ele estava fazendo esforço até para trocar um aperto de mão em seu irmão."
ENTREVISTA
Usmonov admitiu ter se encontrado com membros do Hizb ut-Tahrir quando fazia reportagens sobre a atuação do grupo na Ásia Central.
Em um comunicado, a BBC defendeu o direito do profissional de entrevistar pessoas de diferentes grupos políticos e religiosos, e de manter suas fontes sob sigilo.
Após a detenção, as forças de segurança tadjiques permitiram que dois jornalistas entrevistassem Usmonov na prisão. A reportagem publicada após o encontro reforçou as acusações contra Usmonov.
A BBC condenou o artigo, que considerou uma séria violação da presunção de inocência de Usmonov.
DIREITO DE EXPRESSÃO
Grupos de defesa da liberdade de imprensa condenaram a prisão de Usmonov, considerando-a uma tentativa de censurar a cobertura de um tema que traz à tona sensibilidades políticas e religiosas.
Usmonov foi preso no ultimo dia 13 de junho. Sua casa foi vasculhada e familiares relatam ter visto hematomas em sua face.
A União Europeia e os governos britânico e americano engrossaram os apelos para que o caso seja esclarecido.
A BBC continua a exigir a libertação imediata de Usmonov.
Um dos colegas do repórter ressaltou o seu profissionalismo e seu lado humano. "Coragem e gentileza são as suas marcas. Ele é uma peça rara: uma pessoa naturalmente justa. Num país fortemente dividido, Urunboy tem suas próprias convicções. Ele não vê nem bons, nem maus, apenas pessoas ao seu redor."
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