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22/06/2011 - 08h55

Morte de civis na Líbia divide europeus sobre ação da Otan

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O reconhecimento por parte da Otan (Organização do Tratado do Alântico Norte) de que matou civis em um bombardeio na Líbia dividiu Itália e França sobre os próximos passos da intervenção militar no país africano.

Uma coalizão internacional liderada por França, Reino Unido e Estados Unidos iniciou em 19 de março uma ofensiva aérea sobre a Líbia, sob mandado da ONU, para proteger os civis da repressão das forças do ditador Muammar Gaddafi.

A Otan assumiu o comando das operações em 31 de março, realizando, inclusive, dezenas de ataques na capital líbia, Trípoli. No último domingo (19), a Otan reconheceu sua responsabilidade na morte de civis durante um ataque aéreo a uma área residencial de Trípoli, que deixou nove mortos, segundo o regime líbio.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, pediu nesta quarta-feira que a Otan ofereça dados concretos sobre "erros dramáticos" cometidos em seus bombardeios e afirmou que a aliança coloca sua credibilidade em jogo com ações do tipo e que "não se pode correr o risco de matar civis".

Diante de uma comissão da Câmara de Deputados italiana, Frattini pediu ainda que a Otan suspenda os ataques aéreos contra a Líbia para permitir que ajuda humanitária seja entregue ao país.

Ele ressaltou que a interrupção das hostilidades permitiria o acesso a localidades isoladas da Líbia nas quais a situação humanitária é "dramática, como acontece nas imediações de Misrata e na própria Trípoli".

Frattini ressaltou que neste momento é "fundamental que cessem as ações armadas" para proporcionar "ajuda imediata" à população, ao tempo que insistiu que a "prioridade na estratégia política das negociações" continua sendo alcançar um cessar-fogo.

O porta-voz da Chanceler francesa, Bernard Valero, por sua vez, rechaçou nesta quarta-feira qualquer pausa nas operações militares, argumentando que permitiria ao ditador líbio, Muammar Gaddafi, "ganhar tempo e se reorganizar".

"A coalizão e os países reunidos no Grupo de Contato [sobre a Líbia] em Abu Dhabi há duas semanas foram unânimes em sua estratégia: temos que intensificar a pressão sobre Gaddafi", afirmou Valero.

Valero advertiu ainda que "no final, será a população civil que padecerá ao mínimo sinal de debilidade da nossa parte".

EUA

A ação militar na Líbia está em jogo também nos Estados Unidos, onde duas resoluções que autorizam operações militares americanas "limitadas" no país foram apresentadas na terça-feira no Senado. Vários legisladores ameaçam bloquear o financiamento das operações de uma guerra iniciada sem autorização do Congresso.

Uma das resoluções, elaborada pelo democrata John Kerry e seu colega republicano John McCain, autoriza uma utilização "limitada" da força e proíbe o envio de tropas a território líbio.

O texto, apresentado nesta terça-feira, também informa que a autorização de utilização "limitada" da força vence um ano após a entrada em vigor da resolução.

O tom subiu na terça-feira no Congresso, onde vários representantes, entre eles democratas, criticaram o presidente Barack Obama por não ter pedido autorização ao Congresso antes de ordenar, em março, bombardeios contra o regime de Gaddafi.

A Casa de Representantes (Câmara dos Deputados) deve examinar nesta semana várias medidas para proibir a utilização de fundos para financiar a guerra na Líbia.

Os legisladores estimam que a intervenção na Líbia deve ser autorizada pelo Congresso, como exige uma lei de 1973 sobre "poderes de guerra", que limita as prerrogativas do presidente em caso de operações militares no exterior.

 

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