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Cidade grande atrai morcego sem teto; construções antigas são opções de moradia
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GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Os telhados e paredes das grandes cidades brasileiras acumulam mais do que poeira e sujeira: têm também uma variedade de morcegos.
Eliminar os morcegos não é melhor opção, segundo pesquisadora
É isso que revela um novo levantamento feito por cientistas especialistas no tema.
Cerca de um quarto das 167 espécies do país pode ser encontrado na área urbana e periurbana do Brasil. As outras vivem em cavernas- que são o habitat natural desses bichos.
No ambiente altamente urbanizado de São Paulo, que pode ser chamada de Gotham City nacional, circulam 62% das espécies de morcego do Estado inteiro.
Essa abundância de morcegos nas cidades acontece porque, com a expansão desenfreada das construções e o aumento do desmatamento, os bichos são cada vez mais empurrados para ambientes humanos.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
SEM CAVERNA
Alguns desses locais -como lajes, dutos de ventilação e poços de elevador- mostraram-se tão "confortáveis" quanto cavernas e outros espaços originalmente usados como habitat pelos bichos.
Invenções humanas, como os postes de iluminação pública, facilitaram não só a vida das pessoas, mas também a desses animais.
Atraída pela luz, uma multidão de insetos costuma circular nas proximidades da lâmpada, proporcionando um verdadeiro banquete para as espécies insetívoras.
Não por acaso, elas dominam: hoje são 67% dos mamíferos voadores urbanos.
DEDETIZAÇÃO NATURAL
Embora os morcegos possam transmitir raiva e outras doenças, pesquisadores defendem que sua presença pode ser benéfica.
Espécies como o Molossus molossus e Tadarida brasiliensis agem como dedetizadores naturais: elas se alimentam principalmente de baratas, mosquitos e cupins.
"Dos problemas da saúde pública, os morcegos são um dos menores", diz Susi Pacheco, doutora em zoologia especialista nesses mamíferos, do Instituto Sauver.
A pesquisadora e um grupo de cientistas publicaram recentemente, na revista "Chiroptera Neotropical", um artigo que investiga a presença dos morcegos nas cidades brasileiras.
NAS CIDADES
"No ambiente urbano, eles vão procurar locais parecidos com seus abrigos na natureza", afirma Pacheco. No Rio Grande do Sul, as tubulações de chaminés e fogões à lenha são um convite aos visitantes voadores.
Fã de cavernas, a espécie G. soricina explora casas e cômodos amplos, pois precisa de aberturas largas para ter acesso aos abrigos.
Prédios desocupados também são um bom refúgio. Numa sala de geradores do antigo prédio do Banespa, um dos ícones de São Paulo, foi achada uma colônia com mais de mil indivíduos.
Apesar da presença cada vez mais perceptível, ainda faltam estudos sobre o impacto dos morcegos "urbanos" e, principalmente, planos de manejo e preservação desses animais nas cidades.
"As pessoas ainda têm um preconceito muito grande com os morcegos. Muitas vezes, matar um morcego pode trazer mais inconvenientes do que deixá-lo vivo e por perto", diz a pesquisadora.
No Brasil, hoje em dia, nove espécies de morcegos correm risco de extinção.
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