Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

'Conversa de guerra' alivia na Coreia do Norte e está de volta à Venezuela

A edição de janeiro/fevereiro da revista do "Politico" destaca, sobre a política externa americana, "O ano em que vivemos perigosamente". Abre relatando bastidores do jantar em que, aos trancos, Donald Trump juntou quatro dirigentes de países latino-americanos (Argentina, Brasil, Colômbia e Panamá) e cobrou por que eles resistiam à "opção militar" na Venezuela.

Segundo a analista do "Político", Susan Glasser, "a guerra com a Venezuela, tão absurda, estava claramente nas ideias de Trump". Foi trocada depois pela "conversa de guerra, em volume cada vez maior, com a Coreia do Norte".

Mas não esquecida. Na terça (2) o correspondente do "New York Times" no Rio, o colombiano Ernesto Londoño:, compartilhou a "proposta interessante" do ex-ministro venezuelano Ricardo Hausmann, hoje em Harvard, de tomada do poder pela Assembleia Nacional com posterior pedido de "assistência militar" aos EUA e outros. Em suma, diz Londoño, "o clamor por intervenção militar se torna 'mainstream'".

Por outro lado, o "Financial Times", em sua agenda para o ano, publica que a eleição presidencial na Venezuela, em março, promete novo êxito governista —após "vencer as eleições regionais de 2017 e ter sucesso em dividir a oposição". O jornal prevê pouco avanço nas conversas entre governo e oposição, que ocorrem na República Dominicana, e mais "sanções dos EUA".

A OUTRA GUERRA

Ao longo do dia, a manchete do "NYT" foi para o diálogo entre as Coreias do Norte e do Sul, que pode "rachar" sul-coreanos e americanos, "aliados de décadas", e esvaziar "a abordagem dura de Trump".

Na mesma linha, o colunista de política externa do "FT", Gideon Rachman, prevê para 2018 que "não haverá guerra na península coreana", apesar dos esforços americanos para transformá-la "de impensável para pensável".

VERDADES DIFERENTES

O novo publisher do "NYT", A.G. Sulzberger, publicou nota em que "renova o compromisso" de reportar as notícias "com independência", feito por seu tataravô Adolph Ochs ao comprar o jornal em 1896. Alerta que "a polarização crescente compromete até a presunção fundamental das verdades comuns, o material que une a sociedade".

Não demorou e Trump tuitou que o compromisso de Ochs demandaria do tataraneto "tratar o presidente dos EUA de maneira justa".

Crédito: Reprodução

'LAUGHINGSTOCK'

O "NYT" deu atenção ao Brasil na virada do ano, em lista de GIFs de emoções de cinco países, pelo recurso dos brasileiros a Gretchen para "se reconhecerem como nação" e também "objeto de ridículo" (acima).

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