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Bebês nascidos abaixo do peso têm mais dificuldades motoras
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FERNANDA BASSETTE
DE SÃO PAULO
Bebês que nascem com baixo peso para sua idade gestacional têm pior desenvolvimento motor quando comparados com aqueles que nascem no tempo correto de gestação e com peso adequado.
A constatação é de um estudo do Geapi (Grupo Interdisciplinar de Avaliação do Desenvolvimento Infantil), da Unicamp, que avaliou 95 bebês nascidos com mais de 37 semanas, prazo considerado ideal para a gestação.
Desses, 62 tinham o peso adequado e 33 tinham menos de 2,5 kg.
A fisioterapeuta Denise Campos, autora do estudo, avaliou o desenvolvimento motor dos recém-nascidos quando eles completaram um, dois, três e seis meses.
Para isso, a pesquisadora usou a escala americana Bayley de desenvolvimento infantil, com 48 provas de avaliação motora dos primeiros seis meses de vida.
Os resultados mostram diferenças importantes no desenvolvimento motor no segundo e no sexto mês.
Aos dois meses, os bebês que nasceram pequenos tinham mais dificuldades para fazer movimentos de se arrastar (de barriga para baixo) e de rolar. Eles também tinham problemas para equilibrar o pescoço.
Já na avaliação feita no sexto mês, esses bebês tinham mais dificuldade de se sentar sozinhos, em comparação com os bebês que nasceram no tamanho normal.
Nas primeiras tentativas, os bebês de tamanho normal ficam nessa posição por 2 a 30 segundos. "Os bebês pequenos não conseguiam", diz Campos.
CAUSAS POSSÍVEIS
De acordo com a fisioterapeuta, essas crianças podem ter sofrido alguma restrição ao crescimento ainda no útero, por isso o baixo peso.
"Em geral, mães fumantes, com hipertensão ou com quadro de desnutrição podem ocasionar o problema."
Uma outra hipótese apontada por Campos para explicar o baixo desenvolvimento é a condição socioeconômica dos pais das crianças.
O estudo constatou que as mães dos bebês pequenos tinham menos escolaridade e poucas trabalhavam fora.
"Acreditamos que as características familiares contribuíram para as diferenças motoras. O ambiente em que a criança vive pode afetar seu desenvolvimento. E um local rico em estímulo ajuda a minimizar os riscos de problemas motores", afirma.
A pesquisadora ressaltou, porém, que o fato de o bebê ter um atraso motor no primeiro ano de vida não significa que ele enfrentará as mesmas dificuldades quando for mais velho.
"Mas é bom observar o desempenho desse grupo com maior rigor, para que não haja um comprometimento futuro", diz a fisioterapeuta.
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