Decepcionado com vaias, Neymar terá mês decisivo pelo Paris Saint-Germain

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Crédito: Christophe Simon/AFP Paris Saint-Germain's Brazilian forward Neymar celebrates scoring his team's fifth goal during the French L1 football match between Paris Saint-Germain and Dijon on January 17, 2018 at the Parc des Princes stadium in Paris. / AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON
Neymar comemora seu terceiro gol contra o Dijon, na última quarta (17)

ALEX SABINO
DE SÃO PAULO

No primeiro momento, Neymar ficou atônito com as vaias de parte da torcida do Paris Saint-Germain. No vestiário, após a goleada sobre o Dijon, confessou estar decepcionado, disse à Folha uma pessoa do estafe do jogador. Foi mais um episódio de casamento que parecia perfeito, mas que começa a ter crises de relacionamento.

O brasileiro foi vaiado por não ter cedido a Edinson Cavani a cobrança de pênalti no fim da partida. Se o convertesse, o uruguaio chegaria aos 157 gols e seria o maior artilheiro da história do PSG. Hoje está empatado com o sueco Zlatan Ibrahimovic.

Neymar se considerou injustiçado porque os apupos aconteceram naquela que o próprio treinador Unai Emery disse ter sido sua maior atuação pelo time francês. O PSG venceu por 8 a 0. O brasileiro fez quatro gols e deu passes para outros dois.

A irritação de pessoas próximas a ele ficou maior porque a imprensa francesa não se concentrou no mérito de se Neymar merecia ou não as vaias (e elas entendem que não), mas sim por colocá-lo como o egoísta da situação. Por não ceder a cobrança a Cavani, não saudar a torcida ao final da partida e sair com a bola do jogo debaixo do braço, sem falar com ninguém.

A contratação de Neymar em agosto de 2017, deixou mais forte uma equipe que já era a melhor da França e uma das mais badaladas da Europa. Os 222 milhões de euros (R$ 874 milhões) pagos para tirá-lo do Barcelona foram também declaração de intenção do clube francês de dominar o futebol mundial.

ADAPTAÇÃO

Fora de campo, Neymar está adaptado à cidade. Como em Barcelona, tem sempre os amigos por perto e os reúne para ver filmes ou sair à noite. Ele parece estar mais à vontade com o PSG do que o PSG está com ele.

A primeira polêmica foi quem cobraria os pênaltis na equipe. Cavani, o encarregado da função antes da chegada do brasileiro não queria perder o privilégio.

Nasser Al-Khelaïfi (CEO do clube), Arturo Henrique (diretor esportivo) e o brasileiro Maxwell (coordenador esportivo) tiveram de intervir.

Neymar considera justo, já que é a referência ofensiva do elenco, ser o cobrador de pênaltis. Assim acontecia no Santos, mas não no Barcelona, onde ele reconhecia que a primazia era de Messi. Nunca criar problemas por isso.

Há os aspectos financeiros e esportivos. Neymar tem incentivos para ser artilheiro dos torneios que participa. Ele tem 24 gols em 23 jogos pelo clube. Também vale dinheiro. E a quantidade de gols marcados na temporada é um aspecto importante quando o colégio eleitoral da Fifa vota na lista dos melhores do mundo no ano.

Houve rumores de conflitos com Unai Emery e um suposto descontentamento de outros jogadores porque Neymar viajou para o Brasil com autorização de dirigentes e foi fotografado em festas. Segundo o jornal "Le Parisien" Neymar pode usar a mala que quiser nas viagens, enquanto os demais integrantes do elenco devem usar bagagens com o escudo do clube.

O diário "L'Equipe", de Paris, afirma que o vestiário do PSG é uma "bagunça".

Os dirigentes do clube negam qualquer problema de relacionamento, mas promoveu uma caça às bruxas para descobrir quem vazava informações para a imprensa parisiense. Um integrante da comissão técnica foi demitido.

Para o projeto do PSG e Neymar, o momento da verdade chegará em fevereiro, quando a equipe vai enfrentar o Real Madrid (ESP), pelas oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa.

A equipe espanhola é a atual bicampeã do torneio e é tudo o que o Paris Saint-Germain deseja ser. O espelho para que a família real do Qatar comprasse o clube. É também onde está Cristiano Ronaldo, atual dono do título de melhor do mundo, troféu que Neymar cobiça ter.

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