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02/07/2010 - 20h24

Na África, brasileiros não sabem para onde ir nem para quem torcer

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LAURA CAPRIGLIONE
PAULA CESARINO COSTA
ENVIADAS ESPECIAIS A POR ELIZABETH

O grupo de três amigos de Salvador está sem rumo. A turma de Minas também. O pessoal de São Paulo pretende sair para beber --"vamos ver se pinta uma ideia", diz o publicitário Arnaldo Trajano Filho, 29.

Os brasileiros estão perdidos na África, depois da derrota contra a Holanda. E agora? Para onde ir e para quem torcer?

"A gente chegou há uma semana. Tínhamos planejado seguir com a seleção para a Cidade do Cabo e, depois, para Johannesburgo, para ver a final. E agora?", pergunta-se o empresário baiano Walter Fernandez, 29.

"Vamos para o Zimbábue, para Niagara Falls", diz outro brasileiro confundindo a catarata norte-americana com a outra --Victoria-- que fica na fronteira entre Zâmbia e o Zimbábue. "Ou seria na Nigéria?"

Acompanhar os jogos agora que o Brasil foi eliminado é hipótese que poucos contemplam. Para quê?

"Melhor adotar a opção Lost in Africa e fazer viajar sem rumo pelo país", diz o jornalista Álvaro Vilaça, 33, que viajou de Sete Lagoas (MG) "só para testemunhar o resultado justo e certo desta Copa, que seria a vitória do Brasil na África." Seria.

Vilaça chorou de soluçar --teve de ser consolado pelos amigos. Por todo o estádio, viam-se grupinhos desmanchando em lágrimas a maquiagem verde e amarela. Também houve os que perderam as perucas coloridas por causa da força dos abraços de solidariedade.

O jogo mal tinha acabado e o que mais se via era torcedor brasileiro pendurado no telefone celular, conversando seus parentes do outro lado do Atlântico. "O que foi que aconteceu, mãe?", perguntava um estudante, como se do outro lado da linha estivesse o próprio Dunga.

Toda a confusão mental dos brasileiros, entretanto, não impediu a manifestação de uma unanimidade: a de que, ganhe quem ganhe, só não pode ganhar a Argentina. "Agora, felicidade é ver a Argentina perder", dizia Bruno Coelho, arquiteto de Belo Horizonte.

"Acho que vou torcer pela Holanda. Eles estão dando uma lição de boa educação. Em vez de azarar os brasileiros, elogiam o nosso futebol. Se você visse como a gente zoou os chilenos, dá até vergonha", diz o administrador de empresas Alvaro Moran Vasquez, 26, arrependido tarde demais.

 

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