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Japão ameaça largar meta de gás-estufa se não houver acordo com EUA e China
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da Reuters, em Tóquio
O Japão ameaçou nesta sexta-feira (11) abandonar o compromisso de reduzir suas emissões de gases-estufa em 25% até 2020 se o Protocolo de Kyoto for estendido sem fixar metas de redução de emissões para a China e os EUA.
Países desenvolvidos e em desenvolvimento reunidos em Copenhague na conferência da ONU sobre o clima, de 7 a 18 de dezembro, permanecem profundamente divididos em relação aos cortes nas emissões e os detalhes legais em conversações para acordar o esboço de um pacto que estenda ou substitua o Protocolo de Kyoto existente.
Muitos países ricos, incluindo o Japão, querem um tratado novo e único que defina reduções das emissões de todos os grandes países e são contra a simples extensão da vigência do tratado de Kyoto.
Os EUA nunca chegaram a ratificar o tratado de Kyoto e não estão entre os 37 países industrializados que se comprometeram com metas de emissões durante o primeiro período de compromisso de Kyoto, de 2008 a 2012.
Os países pobres preferem uma abordagem de duas vias, que estenda Kyoto com cortes profundos nas emissões dos países ricos e, ao mesmo tempo, crie um acordo novo e menos compulsório para os pobres.
O ministro japonês do Meio Ambiente, Sakihito Ozawa, falando antes de embarcar para Copenhague, disse que o Japão vai reiterar que sua meta de cortes de emissões, baseada nos níveis de 1990, se fundamenta na premissa de que metas ambiciosas sejam acordadas por todos os maiores emissores de gases.
Compromisso diluído
Ozawa disse que o Japão não pretende oferecer um compromisso alternativo, diluído.
"Não faz sentido simplesmente estender a vigência de um Protocolo de Kyoto que não inclui os Estados Unidos ou números da China", disse ele em coletiva de imprensa.
"Se for esse o caso, não pretendemos nos comprometer com um número."
Ozawa se negou a dizer quanto o Japão vai oferecer em financiamento adicional a países em desenvolvimento para combater as mudanças climáticas, mas falou que o governo ainda quer pagar mais que o valor previamente anunciado de US$ 9,2 bilhões até 2012.
A expectativa é que as negociações de Kyoto resultem em um acordo sobre um fundo inicial de cerca de US$ 10 bilhões por ano até 2012 para ajudar países pobres a combater as mudanças climáticas e tornar suas economias mais verdes.
O primeiro-ministro japonês Yukio Hatoyama deve ir para a cúpula de 110 líderes mundiais ao final das negociações, na próxima semana.
O governo japonês vem enfrentando críticas à sua meta por parte de grupos empresariais nacionais, preocupados que os custos adicionais possam prejudicar indústrias que vão desde a geração elétrica até a siderúrgica e a de cimento, justamente no momento em que se visualiza o risco de a economia cair em uma segunda recessão.
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