Publicidade
Publicidade
13/11/2002
-
15h33
Fernando Henrique disse que o governo de Lula não deve retomar programas sociais "assistencialistas", tem de se preocupar com a inflação ao alocar investimentos e precisa cumprir o acordo do Brasil com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
"[Caso não cumpra o acordo com a FMI] a alternativa é a Argentina", frisou o presidente, que nesta quarta-feira respondeu a perguntas de internautas e ouvintes da BBC Brasil, na cidade britânica de Oxford.
Mais de 3 mil perguntas foram recebidas. As melhores foram selecionadas e feitas ao presidente pelo diretor da BBC Brasil, Américo Martins. Todas as outras questões serão encaminhadas à assessoria de Fernando Henrique.
Combate à fome
Boa parte das perguntas dos internautas foi a respeito do futuro do Brasil e do governo Lula, que começa em 1º de janeiro.
Fernando Henrique Cardoso criticou o principal projeto da área social de Lula, que vem pregando que o "combate à fome" é prioritário.
"A fome atinge maciçamente regiões da África e da Ásia. Há casos raros no Brasil. O problema no Brasil é subnutrição", disse o presidente.
"Nós já temos programas em relação a isso já funcionando. O que não tem sentido é voltar a uma concepção assistencialista de programas que já não existem no Brasil", acrescentou.
Entre as propostas petistas, está a distribuição de cupons e cartões magnéticos para a troca por alimentos em estabelecimentos credenciados pelo governo.
Fernando Henrique disse que o governo tem de aprofundar o que já foi lançado pelo governo e citou o caso da reforma agrária. "Agora, é preciso tomar cuidado para não voltar com a inflação (ao fazer gastos)."
O presidente aproveitou para atacar o comportamento do PT como oposição ao seu governo. Ele afirmou que o governo Lula deve fazer o que o PT não o deixou fazer, como a reforma da Previdência.
"Se o Lula fizer isso (a Reforma da Previdência), eu vou apoiar", disse.
Nova Argentina
Fernando Henrique respondeu aos internautas que perguntaram se haveria o risco de o Brasil se transformar em uma nova Argentina.
"Não acredito nisso, porque a economia brasileira é muito mais organizada. O governo brasileiro tem mais instrumentos para atacar a crise do que o argentino", disse o presidente.
Ele aproveitou para mandar um novo recado para Lula. "Confiando que o novo governo seja competente para manter o funcionamento dos instrumentos de decisões do governo, isso não vai acontecer. Espero que não."
Leia mais:
assita ao vídeo da entrevista
Aumentos foram feitos após eleição para evitar reação negativa, diz FHC
Para presidente, casos de fome no Brasil são "raros"
FHC chega a Oxford para última etapa de sua viagem à Europa
Veja também:
Dirceu rejeita críticas de PL e tenta afastar primeira crise na base de Lula
Enéas impede Havanir de falar e atribui acusação à venda de cartilhas
FHC critica propostas e manda recados para Lula
O presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista exclusiva à BBC Brasil nesta quarta-feira, fez críticas ao programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva e enviou uma série de recados ao seu futuro sucessor petista.Fernando Henrique disse que o governo de Lula não deve retomar programas sociais "assistencialistas", tem de se preocupar com a inflação ao alocar investimentos e precisa cumprir o acordo do Brasil com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
"[Caso não cumpra o acordo com a FMI] a alternativa é a Argentina", frisou o presidente, que nesta quarta-feira respondeu a perguntas de internautas e ouvintes da BBC Brasil, na cidade britânica de Oxford.
Mais de 3 mil perguntas foram recebidas. As melhores foram selecionadas e feitas ao presidente pelo diretor da BBC Brasil, Américo Martins. Todas as outras questões serão encaminhadas à assessoria de Fernando Henrique.
Combate à fome
Boa parte das perguntas dos internautas foi a respeito do futuro do Brasil e do governo Lula, que começa em 1º de janeiro.
Fernando Henrique Cardoso criticou o principal projeto da área social de Lula, que vem pregando que o "combate à fome" é prioritário.
"A fome atinge maciçamente regiões da África e da Ásia. Há casos raros no Brasil. O problema no Brasil é subnutrição", disse o presidente.
"Nós já temos programas em relação a isso já funcionando. O que não tem sentido é voltar a uma concepção assistencialista de programas que já não existem no Brasil", acrescentou.
Entre as propostas petistas, está a distribuição de cupons e cartões magnéticos para a troca por alimentos em estabelecimentos credenciados pelo governo.
Fernando Henrique disse que o governo tem de aprofundar o que já foi lançado pelo governo e citou o caso da reforma agrária. "Agora, é preciso tomar cuidado para não voltar com a inflação (ao fazer gastos)."
O presidente aproveitou para atacar o comportamento do PT como oposição ao seu governo. Ele afirmou que o governo Lula deve fazer o que o PT não o deixou fazer, como a reforma da Previdência.
"Se o Lula fizer isso (a Reforma da Previdência), eu vou apoiar", disse.
Nova Argentina
Fernando Henrique respondeu aos internautas que perguntaram se haveria o risco de o Brasil se transformar em uma nova Argentina.
"Não acredito nisso, porque a economia brasileira é muito mais organizada. O governo brasileiro tem mais instrumentos para atacar a crise do que o argentino", disse o presidente.
Ele aproveitou para mandar um novo recado para Lula. "Confiando que o novo governo seja competente para manter o funcionamento dos instrumentos de decisões do governo, isso não vai acontecer. Espero que não."
Leia mais:
Veja também:
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice