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06/09/2004
-
08h58
O seqüestro na escola de Beslan, na Rússia, que terminou com a morte de pelo menos 335 pessoas, levou vários jornais do país criticar duramente o governo por sua atuação e falar em uma possível ampliação da crise na região do Cáucaso.
O Novaya Gazeta diz que o desfecho do seqüestro "pode levar a um estado de conflitos étnicos e à total desestabilização da região".
O seqüestro ocorreu em uma das repúblicas russas do Cáucaso, a Ossetia do Norte, onde o conflito recente mais conhecido é o da Chechênia, outra república da região.
O Kommersant, especializado em negócios, acusa o governo de tentar fugir de um debate honesto sobre o conflito de uma década na Chechênia ao falar de "terrorismo internacional".
A falta de confiança no relato do governo sobre o que exatamente aconteceu em Beslan é refletida no comentário do Nezavisimaya Gazeta: "Há muitas coisas que não estão claras sobre essa tragédia. Em parte por razões objetivas, mas em parte porque eles tentam de uma maneira ou de outra obscurecer as informações".
Mentira
O Washington Post, dos Estados Unidos, traz uma reportagem em que afirma que a TV estatal russa admitiu ter mentido sobre a crise.
Segundo o jornal, a rede de TV Rossiya, controlada pelo Kremlin, levou ao ar imagens inéditas e disse que autoridades enganaram deliberadamente a opinião pública mundial sobre o número de reféns mantidos na escola, numa tentativa de minimizar a crise.
"Em alguns momentos a sociedade precisa da verdade", disse o âncora da TV, Sergei Brilyov.
O diário lembra que em crises anteriores, como o acidente com o submarino Kursk em 2000, no qual 118 pessoas morreram, e a tomada de um teatro em Moscou, em 2002, que terminou com a morte de 140 pessoas, as autoridades também encobriram informações, mas jamais admitiram tê-lo feito.
11 de setembro
O The Times, da Grã-Bretanha, traz um artigo na sua página de editoriais em que o autor, William Rees-Mogg, afirma que Beslan é o 11 de setembro da Rússia e vai mudar o mundo.
De acordo com o articulista, o seqüestro na escola e o seu fim trágico mudam os fatores principais nas relações internacionais, mudam o futuro da Rússia e o da presidência de Vladimir Putin, e mudam a guerra contra o terrorismo, incluindo as relações da Rússia e do Ocidente com o Islam.
Ele afirma que o seqüestro também pode mudar o provável resultado das eleições americanas, em novembro.
O jornal britânico também traz uma reportagem de seu enviado especial a Beslan com uma mulher que perdeu quatro de seus cinco filhos no seqüestro.
Ela afirma: "Tudo o que posso dizer é que todos vão pagar por seus pecados diante do Senhor".
Na França, o Liberation dedica sua página principal, quatro páginas internas e um editorial aos acontecimentos de Beslan e lamenta que "apenas algumas vozes tenham ousado condenar a forma como o cerco aos reféns foi tratado."
O jornal francês acusa a União Européia de "indulgência, se não cegueira" em relação à política do governo russo para a Chechênia.
O The New York Times traz todos os detalhes do planejamento feito pelos seqüestadores, incluindo o fato de que eles usavam roupas de camuflagem, portavam máscaras contra gases e tinham kits de primeiro socorros.
Autoridades russas disseram ao jornal que os seqüestradores tinham dois cães de guarda bem treinados e que armas foram escondidas na escola provavelmente durante as férias de verão.
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Seqüestro pode desestabilizar o Cáucaso, dizem jornais russos
da BBC BrasilO seqüestro na escola de Beslan, na Rússia, que terminou com a morte de pelo menos 335 pessoas, levou vários jornais do país criticar duramente o governo por sua atuação e falar em uma possível ampliação da crise na região do Cáucaso.
O Novaya Gazeta diz que o desfecho do seqüestro "pode levar a um estado de conflitos étnicos e à total desestabilização da região".
O seqüestro ocorreu em uma das repúblicas russas do Cáucaso, a Ossetia do Norte, onde o conflito recente mais conhecido é o da Chechênia, outra república da região.
O Kommersant, especializado em negócios, acusa o governo de tentar fugir de um debate honesto sobre o conflito de uma década na Chechênia ao falar de "terrorismo internacional".
A falta de confiança no relato do governo sobre o que exatamente aconteceu em Beslan é refletida no comentário do Nezavisimaya Gazeta: "Há muitas coisas que não estão claras sobre essa tragédia. Em parte por razões objetivas, mas em parte porque eles tentam de uma maneira ou de outra obscurecer as informações".
Mentira
O Washington Post, dos Estados Unidos, traz uma reportagem em que afirma que a TV estatal russa admitiu ter mentido sobre a crise.
Segundo o jornal, a rede de TV Rossiya, controlada pelo Kremlin, levou ao ar imagens inéditas e disse que autoridades enganaram deliberadamente a opinião pública mundial sobre o número de reféns mantidos na escola, numa tentativa de minimizar a crise.
"Em alguns momentos a sociedade precisa da verdade", disse o âncora da TV, Sergei Brilyov.
O diário lembra que em crises anteriores, como o acidente com o submarino Kursk em 2000, no qual 118 pessoas morreram, e a tomada de um teatro em Moscou, em 2002, que terminou com a morte de 140 pessoas, as autoridades também encobriram informações, mas jamais admitiram tê-lo feito.
11 de setembro
O The Times, da Grã-Bretanha, traz um artigo na sua página de editoriais em que o autor, William Rees-Mogg, afirma que Beslan é o 11 de setembro da Rússia e vai mudar o mundo.
De acordo com o articulista, o seqüestro na escola e o seu fim trágico mudam os fatores principais nas relações internacionais, mudam o futuro da Rússia e o da presidência de Vladimir Putin, e mudam a guerra contra o terrorismo, incluindo as relações da Rússia e do Ocidente com o Islam.
Ele afirma que o seqüestro também pode mudar o provável resultado das eleições americanas, em novembro.
O jornal britânico também traz uma reportagem de seu enviado especial a Beslan com uma mulher que perdeu quatro de seus cinco filhos no seqüestro.
Ela afirma: "Tudo o que posso dizer é que todos vão pagar por seus pecados diante do Senhor".
Na França, o Liberation dedica sua página principal, quatro páginas internas e um editorial aos acontecimentos de Beslan e lamenta que "apenas algumas vozes tenham ousado condenar a forma como o cerco aos reféns foi tratado."
O jornal francês acusa a União Européia de "indulgência, se não cegueira" em relação à política do governo russo para a Chechênia.
O The New York Times traz todos os detalhes do planejamento feito pelos seqüestadores, incluindo o fato de que eles usavam roupas de camuflagem, portavam máscaras contra gases e tinham kits de primeiro socorros.
Autoridades russas disseram ao jornal que os seqüestradores tinham dois cães de guarda bem treinados e que armas foram escondidas na escola provavelmente durante as férias de verão.
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