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04/01/2005
-
16h02
da BBC Brasil
Após terem sobrevivido a um dos piores desastres naturais da história recente, as vítimas dos tsunamis na Ásia enfrentam agora um novo perigo: o de criminosos e oportunistas que tentam tirar proveito de suas perdas.
"Infelizmente, é uma oportunidade de ouro para pessoas fazerem dinheiro", disse o psicólogo Mike Berry, especialista na área de criminologia.
"Algumas pessoas estão incrivelmente deprimidas, tornando-se um alvo fácil. Elas estão vulneráveis."
Veja as últimas fotos do esforço de ajuda
Já foram registrados relatos de saques em muitos dos países afetados --com residências, lojas e até mesmo cadáveres sendo alvos.
No Sri Lanka, algumas vítimas do desastre teriam sido estupradas em campos de refugiados.
Outra acusação perturbante é a de que gangues estariam vendendo crianças órfãs do tsunami para prostituição.
John Budd, porta-voz do Unicef (fundo da ONU para infância e adolescência), disse que há um caso confirmado de uma criança da província de Aceh, na Indonésia, que foi levada para a cidade de Medan com propósitos de prostituição.
Ele disse que também há relatos ainda não confirmados de até 20 crianças que teriam sido raptadas na Malásia e, possivelmente, centenas delas em Jakarta.
"Não acho que possa haver uma criança mais vulnerável do que nessa situação", comentou Budd.
"Uma criança que passou por isso mal conseguirá sobreviver em termos psicológicos."
Ele também disse estar ciente sobre um torpedo (mensagem de texto pelo celular) que foi amplamente enviado na Ásia divulgando a venda de 300 órfãos de Aceh.
Como medida de emergência, o Unicef está registrando os órfãos que moram na província.
Farsa
Mas as ameaças às crianças não se limitam à província de Aceh. Há informações de que um garoto sueco de 12 anos de idade, ferido no desastre, foi raptado em um hospital.
O pai americano do menino, que não estava com o filho, viajou para a Tailândia para tentar encontrá-lo.
Segundo o Unicef, um homem na Índia, que disse ser o tio de uma outra criança, era, na verdade, um farsa.
No Sri Lanka, a Autoridade Nacional de Proteção à Criança está investigando informações de que duas meninas teriam sido sexualmente abusadas em um abrigo em Galle e de que uma mulher havia sido estuprada por uma gangue.
A polícia disse à agência de notícias France Presse não ter recebido reclamações de estupro, mas a organização não-governamental Women and Media Collective disse que foi informada de "estupros, estupros coletivos, molestamento e abuso físico de mulheres e meninas".
"Há muita raiva por lá e isso pode ser descontado nas mulheres", comentou o psicólogo Mike Berry.
Doações
Na Tailândia, algumas pessoas estariam, supostamente, roubando as jóias de cadáveres e até mesmo suas casas e lojas.
Os oportunistas não estão se limitando aos países atingidos diretamente.
Acredita-se que mais de 2 mil suecos morreram, mas as autoridades em Estocolmo não estão publicando os seus nomes porque eles temem que ladrões possam roubar suas propriedades.
Até aqueles que querem fazer doações são afetados. Uma caixa com doações foi roubada na catedral de Salisbury, na Grã-Bretanha.
Emails com mensagens falsas com pedido de dinheiro foram enviadas em Hong Kong. Ao invés de ser enviado para a assistência às vítimas, o dinheiro ia parar em uma conta bancária na Europa.
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Criminosos e oportunistas tentam se aproveitar da catástrofe na Ásia
KATE MCGEOWNda BBC Brasil
Após terem sobrevivido a um dos piores desastres naturais da história recente, as vítimas dos tsunamis na Ásia enfrentam agora um novo perigo: o de criminosos e oportunistas que tentam tirar proveito de suas perdas.
"Infelizmente, é uma oportunidade de ouro para pessoas fazerem dinheiro", disse o psicólogo Mike Berry, especialista na área de criminologia.
"Algumas pessoas estão incrivelmente deprimidas, tornando-se um alvo fácil. Elas estão vulneráveis."
Veja as últimas fotos do esforço de ajuda
Já foram registrados relatos de saques em muitos dos países afetados --com residências, lojas e até mesmo cadáveres sendo alvos.
No Sri Lanka, algumas vítimas do desastre teriam sido estupradas em campos de refugiados.
Outra acusação perturbante é a de que gangues estariam vendendo crianças órfãs do tsunami para prostituição.
John Budd, porta-voz do Unicef (fundo da ONU para infância e adolescência), disse que há um caso confirmado de uma criança da província de Aceh, na Indonésia, que foi levada para a cidade de Medan com propósitos de prostituição.
Ele disse que também há relatos ainda não confirmados de até 20 crianças que teriam sido raptadas na Malásia e, possivelmente, centenas delas em Jakarta.
"Não acho que possa haver uma criança mais vulnerável do que nessa situação", comentou Budd.
"Uma criança que passou por isso mal conseguirá sobreviver em termos psicológicos."
Ele também disse estar ciente sobre um torpedo (mensagem de texto pelo celular) que foi amplamente enviado na Ásia divulgando a venda de 300 órfãos de Aceh.
Como medida de emergência, o Unicef está registrando os órfãos que moram na província.
Farsa
Mas as ameaças às crianças não se limitam à província de Aceh. Há informações de que um garoto sueco de 12 anos de idade, ferido no desastre, foi raptado em um hospital.
O pai americano do menino, que não estava com o filho, viajou para a Tailândia para tentar encontrá-lo.
Segundo o Unicef, um homem na Índia, que disse ser o tio de uma outra criança, era, na verdade, um farsa.
No Sri Lanka, a Autoridade Nacional de Proteção à Criança está investigando informações de que duas meninas teriam sido sexualmente abusadas em um abrigo em Galle e de que uma mulher havia sido estuprada por uma gangue.
A polícia disse à agência de notícias France Presse não ter recebido reclamações de estupro, mas a organização não-governamental Women and Media Collective disse que foi informada de "estupros, estupros coletivos, molestamento e abuso físico de mulheres e meninas".
"Há muita raiva por lá e isso pode ser descontado nas mulheres", comentou o psicólogo Mike Berry.
Doações
Na Tailândia, algumas pessoas estariam, supostamente, roubando as jóias de cadáveres e até mesmo suas casas e lojas.
Os oportunistas não estão se limitando aos países atingidos diretamente.
Acredita-se que mais de 2 mil suecos morreram, mas as autoridades em Estocolmo não estão publicando os seus nomes porque eles temem que ladrões possam roubar suas propriedades.
Até aqueles que querem fazer doações são afetados. Uma caixa com doações foi roubada na catedral de Salisbury, na Grã-Bretanha.
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