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16/02/2005 - 06h28

Lula encurta viagem 'por causa de mortes no Pará'

DIEGO TOLEDO
da BBC Brasil, no Suriname

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu encurtar a sua visita a Paramaribo, capital do Suriname, última parada de uma viagem de três dias pela América do Sul que incluiu passagens por Venezuela e Guiana.

Assessores de Lula afirmaram que a decisão foi motivada pelas recentes mortes no Pará da missionária americana Dorothy Stang e do sindicalista Daniel Soares da Costa Silva.

Além de antecipar o retorno do presidente ao Brasil, o governo anunciou a mobilização de tropas do Exército para "garantir a ordem pública e o estado de direito" no Pará.

De acordo com o porta-voz da Presidência da República, André Singer, um efetivo militar de 2 mil homens foi acionado para apoiar as ações do governo na região.

Mesmo no Suriname, Lula recebeu relatórios sobre o assunto e procurou se manter informado sobre o agravamento da tensão causada pelos conflitos agrários no Pará por meio de contatos com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, e do Meio Ambiente, Marina Silva.

Caricom

Lula desembarcou em Paramaribo na noite de terça-feira. Já decidido a encurtar a visita ao Suriname, o presidente procurou antecipar alguns compromissos que tinha no país.

Logo após o desembarque, Lula seguiu para um jantar privado, oferecido pelo presidente do Suriname, Ronald Venetiaan. Durante o evento, o presidente procurou agilizar a discussão de temas que seriam abordados apenas no dia seguinte.

Na manhã desta quarta-feira, Lula participa como convidado da sessão de abertura, em Paramaribo, da 16ª conferência de chefes de governo da Comunidade do Caribe (Caricom).

O presidente manteve em sua programação o discurso durante o evento, mas cancelou os compromissos seguintes no Suriname, incluindo uma sessão plenária da Caricom e um encontro com representante da comunidade brasileira do país.

Um dos objetivos de Lula na reunião de cúpula da Caricom é reforçar o processo de aproximação entre o Mercosul e o bloco caribenho.

Haiti

O presidente também deve abordar em Paramaribo a recusa da Caricom em restabelecer as relações com o Haiti depois da revolta que resultou na queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro do ano passado.

Durante a visita que fez à Guiana, Lula afirmou, em comunicado conjunto com o presidente do país, que "a posição da Caricom (em relação ao Haiti) baseia-se em princípios relativos ao respeito aos direitos humanos, ao estado de direito e à boa governança".

Os presidente de Brasil e Guiana afirmaram ainda que o Caricom tem apoiado o Haiti em várias formas, em particular mediante a ajuda humanitária ao povo haitiano.

Em Georgetown, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que considera a postura do bloco caribenho "compreensível" e " carismática", e acrescentou que o diálogo com a Caricom sobre o assunto tem sido "construtivo".

O Brasil lidera a missão de paz da ONU no Haiti e tem pedido maior cooperação da comunidade internacional para a reconstrução do país.

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