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28/09/2008 - 23h16

Morales adia reunião com oposição e recebe governador de Santa Cruz

da BBC Brasil

O presidente da Bolívia, Evo Morales, adiou para o próximo dia 5 a reunião prevista para esta segunda-feira com os governadores da oposição, na qual planejava concluir o chamado "diálogo nacional" e acelerar a definição sobre a nova Constituição da Bolívia.

Neste domingo, no entanto, Morales recebeu em La Paz o governador de Santa Cruz, Rubén Costas, o principal líder da oposição.

"Eu disse à comunidade internacional, às igrejas e aos observadores do diálogo nacional que queria conversar com cada um dos governadores. Esta manhã, me reuni com Costas", afirmou Morales à agência de notícias Red Erbol.

Morales e Costas costumam fazer fortes críticas um ao outro nos palanques da Bolívia.
O presidente acusa Costas --e os outros três governadores da oposição-- de defender o "separatismo" no país e organizar um "golpe civil" contra seu governo.

Morales considerou "ilegais" as eleições promovidas neste ano pelos governadores da chamada "meia lua", reduto da oposição, para conquistar a autonomia política, administrativa e financeira do governo central.

Costas passou a ser a cara da oposição ao defender, por exemplo, maior fatia e a administração das verbas geradas pelos recursos naturais do país.

A disputa se intensificou após o referendo do mês passado que ratificou Morales --com 67% de apoio-- e também governadores de oposição no poder.

O anúncio do adiamento da reunião de segunda-feira foi feito neste domingo pelo vice-ministro de Descentralização, Fabián Yaksic.

Segundo Yaksic, a reunião foi adiada porque as mesas técnicas sobre a distribuição da arrecadação dos impostos do setor petroleiro e as autonomias precisam de mais tempo para concluir os trabalhos.

O diálogo entre governo e oposição, com a presença de representantes das igrejas e de observadores internacionais, foi lançado há quase duas semanas, após o período mais tenso vivido na Bolívia durante a gestão de Morales.

Impasse

Nos últimos dias, segundo autoridades do governo e da oposição, o diálogo nacional tem avançado nos pontos específicos --impostos petroleiros e autonomias.

Mas o principal impasse é em torno da nova Carta Magna, aprovada no fim do ano passado, sem a presença da oposição.

No sábado, num encontro com movimentos sociais da Coordenadora Nacional para a Mudanças (Conalcam), em Cochabamba, Morales disse que o texto será aprovado "por bem ou por mal".

"Por bem ou por mal, a nova Constituição será aprovada", disse o presidente, diante das câmeras de televisão.
Morales pediu ainda aos movimentos sociais que iniciem uma caminhada, no dia 13, em direção o Congresso Nacional, em La Paz, para pressionar os parlamentares a votarem a convocação do referendo que vai ratificar ou anular a Constituição.

"Pela unidade do país, pelo processo de mudanças, por defender a democracia, devem entender que tenho que sentar com estes senhores [governadores da oposição]. Eu não queria, mas sou obrigado, como presidente dos bolivianos", disse Morales, ao inaugurar a reunião da Conalcam, em uma sinalização da reunião que teria com Costas.

O vice-presidente, Alvaro García Linera, afirmou que a oposição teve várias oportunidades para participar da Constituinte, mas não pode agora querer discutir o texto se teve minoria na Assembléia, na votação.

Para o governo, a Carta Magna é a oportunidade para reparar a exclusão atávica dos indígenas na Bolívia. Para a oposição, o texto não atende a todo o país.

 

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