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07/01/2006
-
20h16
da BBC Brasil, em Miami
O embaixador do Brasil no Haiti, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, disse que o general Urano Teixeira da Matta Bacellar estava tenso, embora não desse sinais de "grande depressão" antes da sua morte, neste sábado.
"Ele vivia uma certa tensão, que é o normal no Haiti", disse o embaixador, em entrevista por telefone, à BBC Brasil.
Bacellar, que comandava as tropas de paz da ONU no Haiti, foi encontrado morto neste sábado em seu quarto de hotel na capital do país, Porto Príncipe.
Representantes da ONU chegaram a admitir que a hipótese mais provável é a de suicídio, mas a informação não foi confirmada pelo comando da Minustah (Missão da ONU no Haiti, na sigla em francês). Peritos da ONU ainda estão no hotel investigando as circunstâncias da morte.
Embora tenha dito que ficaria surpreendido com a eventual confirmação da hipótese de suicídio, o embaixador se referiu a Bacellar como mais uma "vítima do sacrifício pela paz no Haiti".
Críticas
O embaixador brasileiro mencionou como fatores de tensão a falta de segurança em partes do Porto Príncipe e a indefinição eleitoral no país. A realização do que seriam as primeiras eleições desde a queda do então presidente Jean Bertrand Aristide já foi adiada quatro vezes.
Cordeiro citou o fato de o Conselho de Segurança da ONU, a OEA (Organização dos Estados Americanos) e a Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações) terem emitido comunicados na sexta-feira pressionando pela realização de eleições no Haiti. O Conselho de Segurança exigiu que a votação ocorresse até o dia 7 de fevereiro.
Os adiamentos são atribuídos à falta de segurança e de infra-estrutura para a votação, com problemas, por exemplo, na distribuição de títulos eleitorais.
As forças da ONU vinham sendo criticadas por não conseguirem conter a violência no país, quase dois anos depois da queda de Aristide.
Em um comunicado oficial divulgado logo após o incidente, a força brasileira no Haiti, disse que o general havia sofrido um "acidente com arma de fogo".
"Bom humor"
Cordeiro, que esteve com Bacellar pela última vez na quinta-feira, descreveu o general como um homem "corajoso", "muito profissional" e voltado para a família e as tradições do Exército.
A assessoria do batalhão brasileiro tentou passar uma imagem positiva de Bacellar. Um tenente-coronel disse que ele estava de "extremo bom humor" na sexta-feira à noite, quando presidiu uma cerimônia de entrega de medalhas da ONU a tropas guatemaltecas.
Segundo o militar, o general teria brincado com os soldados que pediram para tirar fotografias ao seu lado.
O governo enviará neste domingo uma missão ao Haiti para acompanhar as investigações da morte de Bacellar, segundo informações da Agência Brasil. O mesmo avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que transportará a delegação deverá levar de volta ao Brasil o corpo do general.
Bacellar assumiu o comando da missão de paz no Haiti em agosto do ano passado, substituindo o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira.
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General brasileiro estava "tenso" com a situação no Haiti
CAROLINA GLYCERIOda BBC Brasil, em Miami
O embaixador do Brasil no Haiti, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, disse que o general Urano Teixeira da Matta Bacellar estava tenso, embora não desse sinais de "grande depressão" antes da sua morte, neste sábado.
"Ele vivia uma certa tensão, que é o normal no Haiti", disse o embaixador, em entrevista por telefone, à BBC Brasil.
Bacellar, que comandava as tropas de paz da ONU no Haiti, foi encontrado morto neste sábado em seu quarto de hotel na capital do país, Porto Príncipe.
Representantes da ONU chegaram a admitir que a hipótese mais provável é a de suicídio, mas a informação não foi confirmada pelo comando da Minustah (Missão da ONU no Haiti, na sigla em francês). Peritos da ONU ainda estão no hotel investigando as circunstâncias da morte.
Embora tenha dito que ficaria surpreendido com a eventual confirmação da hipótese de suicídio, o embaixador se referiu a Bacellar como mais uma "vítima do sacrifício pela paz no Haiti".
Críticas
O embaixador brasileiro mencionou como fatores de tensão a falta de segurança em partes do Porto Príncipe e a indefinição eleitoral no país. A realização do que seriam as primeiras eleições desde a queda do então presidente Jean Bertrand Aristide já foi adiada quatro vezes.
Cordeiro citou o fato de o Conselho de Segurança da ONU, a OEA (Organização dos Estados Americanos) e a Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações) terem emitido comunicados na sexta-feira pressionando pela realização de eleições no Haiti. O Conselho de Segurança exigiu que a votação ocorresse até o dia 7 de fevereiro.
Os adiamentos são atribuídos à falta de segurança e de infra-estrutura para a votação, com problemas, por exemplo, na distribuição de títulos eleitorais.
As forças da ONU vinham sendo criticadas por não conseguirem conter a violência no país, quase dois anos depois da queda de Aristide.
Em um comunicado oficial divulgado logo após o incidente, a força brasileira no Haiti, disse que o general havia sofrido um "acidente com arma de fogo".
"Bom humor"
Cordeiro, que esteve com Bacellar pela última vez na quinta-feira, descreveu o general como um homem "corajoso", "muito profissional" e voltado para a família e as tradições do Exército.
A assessoria do batalhão brasileiro tentou passar uma imagem positiva de Bacellar. Um tenente-coronel disse que ele estava de "extremo bom humor" na sexta-feira à noite, quando presidiu uma cerimônia de entrega de medalhas da ONU a tropas guatemaltecas.
Segundo o militar, o general teria brincado com os soldados que pediram para tirar fotografias ao seu lado.
O governo enviará neste domingo uma missão ao Haiti para acompanhar as investigações da morte de Bacellar, segundo informações da Agência Brasil. O mesmo avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que transportará a delegação deverá levar de volta ao Brasil o corpo do general.
Bacellar assumiu o comando da missão de paz no Haiti em agosto do ano passado, substituindo o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira.
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