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Refugiados tâmeis voltarão para casa em 6 meses, diz presidente do Sri Lanka
da BBC Brasil
O governo do Sri Lanka prometeu, nesta quinta-feira, fornecer meios para que os 280 mil refugiados tâmeis deslocados pelos conflitos no país voltem para suas casas no prazo de seis meses.
A promessa foi feita depois de um encontro entre o presidente cingalês, Mahinda Rajapaksa, e uma delegação indiana que inclui o secretário de Exterior da Índia, Shivshankar Menon.
A situação dos deslocados no Sri Lanka é motivo de preocupação para a comunidade internacional. Grupos de auxílio humanitário afirmam não ter acesso aos campos de refugiados.
Temia-se que o governo pretendesse deixar os deslocados nos campos indefinidamente.
O governo cingalês também afirmou que os focos restantes do grupo rebelde separatista Tigres de Libertação da Pátria Tâmil precisam ser desbaratados e a infraestrutura da região reconstruída antes que os civis possam voltar a suas casas.
A Índia acompanha de perto a situação na ilha porque os tâmeis cingaleses têm ligações estreitas com os milhões de tâmeis indianos, que vivem no Estado indiano de Tamil Nadu.
"Necessidade urgente"
Um comunicado conjunto dos governos do Sri Lanka e da Índia afirma que é hora de "focar a atenção na ajuda, reabilitação e reconciliação" no Sri Lanka.
O documento ainda afirma que os dois países estão cooperando para fornecer auxílio humanitário para as cerca de 280 mil pessoas deslocadas pela ofensiva final do governo cingalês contra os rebeldes neste ano.
O comunicado ainda diz que o restabelecimento dos deslocados em seus vilarejos e cidades é "urgente" e que, para isso, "o governo do Sri Lanka traçou um plano de 180 dias para restabelecer os deslocados nos locais onde moravam".
Paz
O governo do Sri Lanka também afirmou que há "uma necessidade urgente de se chegar a um ajuste político duradouro no país" e prometeu começar um diálogo com todos os partidos, incluindo os tâmeis.
"(O diálogo) vai aprimorar os arranjos políticos para trazer uma paz duradoura e a reconciliação ao Sri Lanka", diz o comunicado.
Antes, o ministro da Reconciliação do Sri Lanka, Vinayagamoorthi Muralitharan, afirmou, em entrevista à BBC, que ocorrerão eleições nas áreas afetadas pelos conflitos recentes, depois que os deslocados se restabelecerem.
Segundo ele, estas eleições servirão para aliviar o descontentamento da minoria tâmil no país.
Muralitharan, um ex-guerrilheiro tâmil, afirmou ainda querer que os tâmeis tenham um papel maior no parlamento do país.
Segundo o correspondente da BBC em Colombo, Charles Haviland, grande parte da área nordeste do país está praticamente desabitada e, com os problemas dos campos minados e outras questões de infraestrutura, muito ainda deve ser feito antes que as eleições aconteçam.
Na última terça-feira, o presidente do Sri Lanka declarou o país "liberado" dos rebeldes tâmeis, depois que tropas do governo tomaram a última área do país ainda dominada pelos separatistas.
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