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18/10/2006 - 14h03

Atraso em apuração vira motivo de piada no Equador

da BBC Brasil

A lentidão na apuração de votos do primeiro turno da eleição presidencial no Equador, que esteve a cargo do consórcio brasileiro E-Vote, está sendo motivo de piada no país.

Ontem, tablóide "Extra" mostrou a foto de uma tartaruga carregando uma placa onde se lê “E-Vote”, com a manchete: “Nos disseram que dariam os resultados. Só não disseram em que ano”.

A contagem dos votos foi suspensa pela empresa na noite de domingo quando já tinham sido apurados cerca de 70% dos votos, por causa de um suposto colapso no sistema de computador. A suspensão acabou levantando supeitas de fraude e o Tribunal Superior Eleitoral do Equador anunciou que iria cancelar o contrato com a empresa na segunda-feira (16).

Na imprensa equatoriana, os incidentes na apuração eleitoral foram criticados com destaque em todos os jornais do país. “Sem resultados pela primeira vez em 27 anos”, estampou o "El Universo", enquanto o "La Hora" falava em “Gozação com o país”.

“Gritos, cartazes e arremesso de ovos contra o TSE em protestos contra o fracasso da transmissão dos resultados da apuração rápida que deveria ser feito pela E-Vote”, diz um artigo o "El Telegrafo".

Perdas

Criticado por praticamente todos os jornais do país, o TSE equatoriano se apressou em dizer que o Equador não perderá dinheiro com o problema, uma vez que a E-Vote teria dado garantias financeiras de cerca de US$ 2 milhões (R$ 4,2 milhões) para o caso de não cumprir sua parte no contrato.

O resultado das eleições deveria ter sido entregue ainda na noite de domingo (15).

Além da garantia, o E-Vote também deve ter de pagar uma multa de US$ 250 mil (R$ 534 mil) pela quebra do contrato. Porta-vozes do TSE disseram que nenhuma empresa de apuração eletrônica será contratada para o segundo turno.

A empresa teria feito um pedido formal de desculpas numa entrevista coletiva e teria dito que segue fazendo a apuração até o final, com os resultados saindo na noite desta terça-feira e garantindo que não havia risco de fraude. Contudo, o contrato da E-Vote com o TSE já foi cancelado e o órgão iniciou a apuração tradicional, segundo informações oficiais.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa brasileira Probank, que detém a E-Vote, disse que irá emitir um comunicado com sua posição sobre o ocorrido ainda nesta terça-feira.

Simpatizantes de Rafael Correa, o segundo colocado na eleição protestaram contra os atrasos e supostas irregularidades, mas observadores internacionais disseram que não viram indícios de problemas.

A lei equatoriana determina que o TSE tem 10 dias para divulgar os resultados da eleição.

De acordo com a rádio CRE Satelital, de Guayaquil, alguns funcionários da E-Vote estavam retidos na sede do tribunal eleitoral da cidade, por causa da segurança das cédulas e do material usado na votação, cuja vigilância foi garantida pelo Exército.

De acordo com o diário "La Hora", empregados da E-Vote espalhados pela Província também tinham sido deixados de lado sem nenhuma informação da empresa brasileira.

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