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20/01/2007 - 17h59

Hillary Clinton é um grande trunfo democrata

PAUL REYNOLDS
da BBC

A ex-primeira dama dos Estados Unidos, Hillary Rodham Clinton, que deu o primeiro passo para obter uma indicação oficial para concorrer à Presidência do país, é um dos principais trunfos do Partido Democrata.

Ativista por direitos das mulheres, programa de assistência médica pública e criação de empregos, ela tem uma grande reputação no país e no cenário internacional.

Uma das coisas a notar sobre a senadora por Nova York é que ela sempre usa seu sobrenome de família --Rodham--, assim como o de casada, Clinton.

Talvez esteja buscando destacar sua independência, assim como o atual presidente, George Bush, que acrescentou um "W." ao nome adotado pelos homens da família, Walker, para haver uma distinção em relação ao pai.

Mas o fato de ela ainda usar o sobrenome de Clinton também mostra que dá valor a suas conexões.

Pai austero

A senadora talvez use o sobrenome de sua própria família, também, porque sofreu grande influência de seu pai.

Hugh Rodham não aceitava fraqueza, de acordo com seus parentes. Em sua casa, no Estado de Illinois, ele desligava o sistema de aquecimento durante a noite apesar do intenso frio.

O irmão de Hillary, Tony, disse que o pai era dado a "confrontos".
Há uma estória de família que diz que quando Hillary trazia o boletim escolar com as melhores notas, ele dizia que devia se tratar de uma escola fraca.

A mãe da senadora, Dorothy, também era severa. Quando sua filha reclamou que estava sofrendo intimidação na escola, Dorothy Rodham respondeu que não havia lugar em sua casa para covardes.

Hillary Rodham Clinton desenvolveu uma fachada de austeridade que lhe serviu bem durante as tormentas pessoais e políticas que teve que enfrentar juntamente com o marido.

"Eu o amo"

Mas, embora seja independente, também está atrelada a Bill Clinton.
Ela jurou duas vezes que não iria deixar o marido, não importa o que ele tivesse feito.

Em 1992, quando Gennifer Flowers revelou que teve um caso amoroso com Bill Clinton (que ele só admitiu anos depois e, mesmo assim, dizendo que tiveram um único encontro), Hillary Rodham Clinton disse, num programa da televisão americana, uma frase que ficou famosa: "Eu não estou aqui sentada como uma mulherzinha apoiando o meu homem como Tammy Wynette (referência à imagem de sofredora da cantora country). Eu estou sentada aqui porque eu o amo."

Depois, ela pediu desculpas a Tammy Wynette, que escreveu e interpretou canções chorosas de amor traído, mas não era a personagem que descrevia.

A segunda vez em que Hillary Rodham Clinton disse que continuaria ao lado do marido foi em janeiro de 1998, quando veio a público o caso Monica Lewinsky.

Ela declarou em uma entrevista à rede de televisão NBC que o escândalo foi inspirado por "esta vasta conspiração de direita, que vem conspirando contra o meu marido desde o dia em que ele anunciou a candidatura a presidente".

Hillary Rodham Clinton viveu um momento difícil, no mesmo ano, quando o marido admitiu algum contato com Monica Lewinsky, e ninguém vai esquecer a imagem do casal caminhando no gramado da Casa Branca, para um helicóptero que o aguardava para férias fora de Washington.

A filha Chelsea caminava entre eles, dando a mão a ambos. Hillary estava zangada mas ainda ao lado do marido.

Supõe-se que ela tenha mantido o casamento por razões pessoais, embora seja visível que, atualmente, ambos passam muito tempo separados.

O matrimônio deve ter sido mantido também porque Hillary sentiu que fortaleceria sua posição política, como ficou provado quando ela mesma buscou um cargo eletivo e foi pioneira entre as primeiras damas americanas ao obter uma cadeira no Senado.

Testando as águas

Os sinais de que Hillary estava preparando o terreno para anunciar a candidatura eram visíveis.

Os democratas liberais do Estado de Nova York notaram que ela se distanciou de algumas questões liberais, como direitos dos gays, assim como Bill Clinton agiu ao adotar uma estratégia em que se mantinha separado da direita e da esquerda.

Hillary foi cautelosa ao dar apoio ao presidente Bush na invasão do Iraque, mas se tornou mais crítica da forma como ele lidou com o conflito.

Ela também se uniu a conservadores no Senado para apresentar propostas. Um de seus parceiros foi o senador Graham Lindsey, da Carolina do Sul, com quem apresentou projeto para aumentar o salário da Guarda Nacional e da Reserva.

Como um membro da Câmara dos Representantes na época em que Hillary era primeira dama, Lindsey foi um dos mais efetivos integrantes da casa a defender o impeachment do presidente diante do Senado.

Mas muitos republicanos podem ficar incomodados com a curiosa posição em que Bill Clinton ficaria se Hillary conseguir o cargo de presidente. Que título assumiria, caso ainda esteja casado com ela. Seria "primeiro cavalheiro"? Ele poderia sofrer a acusação de ser o presidente por tabela.

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