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14/05/2007
-
08h15
A visita do papa Bento 16 ao Brasil foi um fracasso, se seus números forem um parâmetro, na avaliação de reportagem publicada nesta segunda-feira pelo diário argentino "La Nación".
"Nestes cinco dias, Joseph Ratzinger não conseguiu reunir as multidões que se esperava", observa o jornal, citando como exemplo o público de 40 mil pessoas no encontro com jovens no Pacaembu, onde se esperavam 70 mil, e os 150 mil que estiveram no domingo em Aparecida, no lugar do estimado 1 milhão.
"Mas se sabe: Bento 16 não é João Paulo 2º --um monstro de vitalidade que atraía as massas e criava um clima de fervor impactante. Ele não veio a este continente para juntar multidões", diz a reportagem.
Em outro texto, em que compara a visita do atual papa à primeira de seu antecessor ao país, em 1980, o jornal comenta que ele "não conseguiu gerar tanto fervor entre os brasileiros como João Paulo 2º, há quase 27 anos, e sua linguagem foi mais dura do que a do pontífice polonês".
O diário argentino destaca ainda, num terceiro texto, as declarações "mais enérgicas de sua viagem de cinco dias para denunciar o autoritarismo de alguns governos da região e criticar tanto o marxismo quanto o capitalismo".
Críticas a Chávez
O jornal espanhol El País, por sua vez, relaciona as críticas do papa, durante a abertura da 5ª Celam (Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe), ao presidente venezuelano Hugo Chávez.
"O papa, falando em espanhol e evitando citar diretamente o líder venezuelano, pôs os bispos em atenção diante do ressurgimento do socialismo marxista que propõe Chávez e assim, após destacar a evolução à democracia verificada na América Latina nas últimas décadas, reafirmou que 'há motivos de preocupação diante de formas de governo autoritárias ou sujeitas a certas ideologias que se acreditavam superadas", diz a reportagem.
As declarações do papa em Aparecida também tiveram grande destaque nos principais jornais americanos nesta segunda-feira.
O "New York Times" relata que o papa "condenou o capitalismo e o marxismo como "sistemas que marginalizam Deus" e pediu ao clero latino-americano para alimentar a fome espiritual da população como forma de aliviar a pobreza e interromper o constante declínio da Igreja Católica na região".
Segundo o jornal, o discurso do papa era amplamente aguardado por sua indicação de "como Bento 16 lidaria com temas desde a pobreza e a injustiça social até os grupos evangélicos que corroem a Igreja Católica em alguns países latino-americanos".
Para o "Times", "suas visões eram profundamente consistentes com aquelas que ele mantinha durante sua vida como o cardeal conservador e contencioso Joseph Ratzinger".
Já o "Washington Post" relata que "o papa Bento 16 concluiu sua primeira visita à América Latina no domingo pedindo uma presença católica mais forte em uma região com problemas sociais os quais ele disse que tanto o marxismo quanto o capitalismo apenas exacerbaram e advertiu contra ainda mais danos provocados por governos 'autoritários'".
O jornal também comenta sobre o público abaixo do previsto nos eventos promovidos pelo papa durante sua visita e faz uma comparação entre os 600 mil a 800 mil presentes na missa de sexta-feira em São Paulo --abaixo do 1 milhão esperado-- e outros eventos populares recentemente organizados no Brasil.
"Em contraste, a polícia estimou que uma parada anual organizada por igrejas evangélicas no ano passado atraiu 1 milhão, uma parada do orgulho gay em São Paulo reuniu 3 milhões, e um show grátis dos Rolling Stones no Rio de Janeiro no ano passado foi visto por cerca de 1,5 milhões de espectadores", diz a reportagem.
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Para "La Nación", visita do papa ao Brasil foi fracasso de público
da BBC BrasilA visita do papa Bento 16 ao Brasil foi um fracasso, se seus números forem um parâmetro, na avaliação de reportagem publicada nesta segunda-feira pelo diário argentino "La Nación".
"Nestes cinco dias, Joseph Ratzinger não conseguiu reunir as multidões que se esperava", observa o jornal, citando como exemplo o público de 40 mil pessoas no encontro com jovens no Pacaembu, onde se esperavam 70 mil, e os 150 mil que estiveram no domingo em Aparecida, no lugar do estimado 1 milhão.
"Mas se sabe: Bento 16 não é João Paulo 2º --um monstro de vitalidade que atraía as massas e criava um clima de fervor impactante. Ele não veio a este continente para juntar multidões", diz a reportagem.
Em outro texto, em que compara a visita do atual papa à primeira de seu antecessor ao país, em 1980, o jornal comenta que ele "não conseguiu gerar tanto fervor entre os brasileiros como João Paulo 2º, há quase 27 anos, e sua linguagem foi mais dura do que a do pontífice polonês".
O diário argentino destaca ainda, num terceiro texto, as declarações "mais enérgicas de sua viagem de cinco dias para denunciar o autoritarismo de alguns governos da região e criticar tanto o marxismo quanto o capitalismo".
Críticas a Chávez
O jornal espanhol El País, por sua vez, relaciona as críticas do papa, durante a abertura da 5ª Celam (Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe), ao presidente venezuelano Hugo Chávez.
"O papa, falando em espanhol e evitando citar diretamente o líder venezuelano, pôs os bispos em atenção diante do ressurgimento do socialismo marxista que propõe Chávez e assim, após destacar a evolução à democracia verificada na América Latina nas últimas décadas, reafirmou que 'há motivos de preocupação diante de formas de governo autoritárias ou sujeitas a certas ideologias que se acreditavam superadas", diz a reportagem.
As declarações do papa em Aparecida também tiveram grande destaque nos principais jornais americanos nesta segunda-feira.
O "New York Times" relata que o papa "condenou o capitalismo e o marxismo como "sistemas que marginalizam Deus" e pediu ao clero latino-americano para alimentar a fome espiritual da população como forma de aliviar a pobreza e interromper o constante declínio da Igreja Católica na região".
Segundo o jornal, o discurso do papa era amplamente aguardado por sua indicação de "como Bento 16 lidaria com temas desde a pobreza e a injustiça social até os grupos evangélicos que corroem a Igreja Católica em alguns países latino-americanos".
Para o "Times", "suas visões eram profundamente consistentes com aquelas que ele mantinha durante sua vida como o cardeal conservador e contencioso Joseph Ratzinger".
Já o "Washington Post" relata que "o papa Bento 16 concluiu sua primeira visita à América Latina no domingo pedindo uma presença católica mais forte em uma região com problemas sociais os quais ele disse que tanto o marxismo quanto o capitalismo apenas exacerbaram e advertiu contra ainda mais danos provocados por governos 'autoritários'".
O jornal também comenta sobre o público abaixo do previsto nos eventos promovidos pelo papa durante sua visita e faz uma comparação entre os 600 mil a 800 mil presentes na missa de sexta-feira em São Paulo --abaixo do 1 milhão esperado-- e outros eventos populares recentemente organizados no Brasil.
"Em contraste, a polícia estimou que uma parada anual organizada por igrejas evangélicas no ano passado atraiu 1 milhão, uma parada do orgulho gay em São Paulo reuniu 3 milhões, e um show grátis dos Rolling Stones no Rio de Janeiro no ano passado foi visto por cerca de 1,5 milhões de espectadores", diz a reportagem.
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