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02/10/2009 - 01h47

Zelaya aceitaria ser processado e ter poderes reduzidos

da BBC Brasil

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, estaria disposto a aceitar a redução de seus poderes e consentiria em ser processado pelo governo interino do país, de modo a ser reconduzido ao poder.

A informação é do deputado federal Raul Jungmann, do PPS de Pernambuco, que comandou uma delegação de deputados brasileiros que chegou na quarta-feira a Tegucigalpa.

"Ele aceita ser processado, ele aceita ser julgado, ele aceita abrir mão de diversos de seus poderes. Ele aceita abrir mão de uma Constituinte, que era a questão da consulta (que levou à sua deposição). Ele só não abre mão de voltar e concluir o seu mandato", afirmou Jungmann, em resposta a uma pergunta da BBC Brasil, sobre quais concessões o presidente afastado aceitaria fazer.

Uma consulta popular sobre a possível convocação de uma Constituinte foi o pretexto usado pelos responsáveis do atual governo de fato de Honduras para afastar Zelaya do poder e expulsá-lo do país, em junho.

A delegação contou com uma vasta agenda na quinta-feira. Os deputados se encontram com congressistas de Honduras, com representantes da Suprema Corte, e visitaram a embaixada do Brasil, onde Zelaya está refugiado desde o último dia 21.

Negociação

De acordo com Jungmann, Zelaya teria dito que no momento não há qualquer sinalização de interesse em dialogar por parte do governo interino.

Mas o deputado afirmou que a postura dos congressistas que se encontraram com a delegação brasileira pareceu ser a de buscar uma distensão que ponha fim ao impasse político no país.

No entender de Jungmann, o próprio comunicado feito pelo presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, de que nenhuma ação adicional seria tomada contra a embaixada do Brasil em Honduras, parece ser um sinal de que o governo está cedendo.

E a intenção expressa pelo presidente da Suprema Corte de Justiça do país, Jorge Rivera Rubi, de que Micheletti suspenda o estado de sítio decretado no país, também seria um sinal de que diferentes setores da sociedade hondurenha querem que o governo faça concessões.

Nesta quinta-feira, pelo segundo dia consecutivo, o governo interino suspendeu o toque de recolher que estava em vigor desde o regresso clandestino de Zelaya a Honduras.

Processo

Segundo o relato de Raul Jungmann, Zelaya teria dito que o caminho para pôr fim à crise seria através da implementação de um processo em que ambas as partes aceitariam o plano Árias (articulado pelo presidente da Costa Rica, Óscar Árias).

A proposta do líder costarriquenho prevê a restituição de Zelaya com poderes reduzidos, mas havia sido descartada pelo governo Micheletti.

Depois da aceitação do plano de Árias, seria montada uma comissão internacional para que o projeto fosse supervisionado e implementado.

Brasil e EUA

Outro dos integrantes da comitiva brasileira, o deputado Ivan Valente, do PSOL, de São Paulo, contou que Zelaya teria agradecido imensamente a "hospedagem e solidariedade" do governo brasileiro, mas teria expressado decepção com os Estados Unidos.

"Zelaya falou de frustração e disse que os Estados Unidos, como um país que tem uma influência muita grande por aqui, com mais de 75% do comércio, poderia acabar com essa situação e isolar o regime, que ele cairia no dia seguinte."

O presidente teria acrescentado que há uma contradição entre a condenação de sua deposição pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e as declarações do embaixador americano na Organização dos Estados Americanos, Lewis Amselem, que afirmou que o regresso de Zelaya a Honduas foi "irresponsável".

Embaixada

Raul Jungmann afirmou que a situação das 63 pessoas que estão dentro da embaixada é de segurança e tranquilidade, e que os recintos da representação brasileira parecem estar limpos.

Mas o deputado disse que ainda há dificuldades para que os funcionários da embaixada possam entrar e sair livremente, com a realização de revistas por soldados, e que o telefone fixo da representação brasileira ainda não foi restituído.

"Há uma ordem e uma certa tranquilidade, mas é uma tranquilidade tensa", acrescentou.

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
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sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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