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07/06/2007 - 09h52

Justiça e PF se contradizem sobre aviso da operação a Lula

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da Folha de S.Paulo, em Brasília
do enviado especial da Folha a Nova Déli

O Ministério da Justiça e a Polícia Federal, órgão subordinado a essa pasta, não se entendem sobre o momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado de que seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, seria alvo da Operação Xeque-Mate.

Os dois órgãos divulgaram ontem versões que se contradizem. Enquanto o Ministério da Justiça, referendado pelo Planalto, divulgou que Lula teria tomado conhecimento com duas horas de antecedência que Vavá seria atingido pela operação, a PF informou que isso ocorreu apenas depois que os agentes já estavam em campo.

Segundo a versão oficial do Planalto e da Justiça, o ministro Tarso Genro teria informado o presidente Lula às 4h de segunda-feira, em Brasília (12h30 na Índia), que seu irmão não só era citado como a PF faria uma operação de busca e apreensão em sua residência, onde os agentes chegaram por volta das 6h30 no Brasil.

Já o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, por meio de sua assessoria, deu outra versão. Disse que, na noite de domingo, informou Tarso que na manhã seguinte haveria "operação sensível, que chegaria a pessoas próximas ao presidente".

Segundo a PF, só na segunda, entre 6h e 7h, quando os agentes já haviam deflagrado a operação, Lacerda teria dito a Tarso que Vavá era um dos alvos. Questionado sobre o fato de sua versão se conflitar com a da Justiça, a PF manteve as informações. Se confirmadas, Lula não teria tido condições de saber do envolvimento do irmão antes do início da operação.

O conteúdo da declaração de Lacerda divulgada ontem é diferente do repassado anteontem, também por meio de sua assessoria, quando foi dito que, ao conversar com Tarso na noite de domingo, o diretor-geral disse apenas que na segunda haveria "operação sensível".

A assessoria da PF nega que tenha havido mudança nas declarações. Entende que houve "um detalhamento". Lacerda disse ainda, por meio da assessoria, que "não há nenhum relato de prejuízos nas buscas".

Lula

O presidente ainda não deu a sua própria versão. Na única entrevista que concedeu, na manhã da terça de Brasília, ateve-se a dizer que havia sabido da operação por Tarso e das citações a seu irmão, mas não detalhou quando e se, naquele momento, ficou sabendo do indiciamento de seu irmão.

No entanto, Lula reagiu contrariado ao ouvir que Vavá havia sido indiciado pela PF. Ele acabara de fazer uma caminhada no ginásio do hotel onde estava hospedado, por volta das 6h10 de terça na Índia (21h40 da segunda em Brasília).

Segundo apurou a Folha, Lula falou vários palavrões, com xingamentos ao irmão e a Tarso. Sobre Vavá, afirmou que já dissera ao irmão que ele poderia ser alvo de investigação caso se envolvesse em alguma tentativa de lobby no governo.

Em relação a Tarso, queixou-se de não saber o que estava se passando no Brasil e que considerava isso um erro em relação à sua posição de presidente. Reclamou da condução que o ministro dava à PF --que seria menos consistente, na sua opinião, do que na época de Márcio Thomaz Bastos.

Em Brasília, assessorias do Planalto e da Justiça divulgaram que Tarso não teria avisado Lula na segunda, às 4h, sobre o indiciamento porque só veio a ocorrer após a operação.

 

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