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Presidente do Conselho de Ética descarta ouvir jornalista sobre caso Renan
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC), descartou hoje ouvir o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a jornalista Mônica Veloso no processo sobre suposta quebra de decoro parlamentar por parte do peemedebista. Renan é acusado de usar o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Junior, para pagar aluguel e pensão a Mônica, com quem tem uma filha fora do casamento.
A afirmação de Sibá ocorreu depois dele se reunir com o relator do processo no conselho, Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
"Acho que ele [Renan] já disse de público [o que era necessário]. É o suficiente. Não tem mais o que acrescentar", afirmou Sibá. 'A Mônica não deve ser ouvida. Ela não pode responder à representação do PSOL. O que importa agora são os documentos", disse.
Sibá marcou para amanhã uma reunião do conselho na qual pretende definir os procedimentos relativos ao processo contra Renan. O presidente do Senado é acusado pelo PSOL de quebra de decoro parlamentar.
Silêncio
Segundo o presidente do conselho, Cafeteira não quis adiantar nada do que já analisou dos documentos que tem em mãos.
À imprensa, para justificar seu silêncio, depois de receber os documentos da Corregedoria Geral do Senado e também da defesa de Renan, o relator mandou distribuir uma cópia do do regimento do Conselho de Ética, que diz: "Os membros do conselho deverão, sob pena de imediato desligamento e substituição, observar a discrição e o sigilo inerentes à natureza de sua função".
Cafeteira está fechado em seu gabinete analisando os documentos contidos em três pastas documentos e um envelope. Ele pediu para não ser interrompido a não ser em casos excepcionais, alegando precisar de concentração para analisar o material sobre o processo, segundo informou sua assessoria.
Depoimentos
Apesar da posição de Sibá descartando os depoimentos de Renan e Mônica, o PSOL pretende apresentar amanhã no Conselho de Ética do Senado um requerimento solicitando que sejam ouvidas, pelo menos, dez pessoas envolvidas nas denúncias.
Para o líder do partido, Chico Alencar (RJ), é fundamental tomar os depoimentos da jornalista e do lobista. "Não ouvi-los, seria um pré-julgamento a partir das explicações apresentadas pelo senador Renan Calheiros", afirmou Alencar. "Não queremos o arquivamento sumário do processo."
Porém, para Sibá, não há necessidade de ouvir Gontijo --cujo depoimento foi prestado à Corregedoria Geral do Senado. Na opinião do petista, durante seu depoimento o lobista nada acrescentou às investigações.
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