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15/08/2007 - 15h59

Renan defende quebra de sigilos de usineiro que se diz sócio do senador

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu hoje a quebra dos sigilos do usineiro João Lyra, que acusa o senador de ter firmado com ele sociedade oculta para a compra de uma empresa de comunicação em Alagoas por meio de laranjas. Na opinião de Renan, o usineiro é um "ressentido" que resolveu direcionar sua artilharia para ele depois de sair derrotado nas eleições para o governo do Estado no ano passado.

"Eu quebrei meu sigilo, abri as minhas contas, era importante que esse João Lyra fizesse isso antes de dizer qualquer coisa. Ele, ressentido, perdeu eleição com 350 mil votos, atribui a mim grande parte desse derrota, perdeu a liquidez, obtém mais de três mil títulos protestados. O que ele disser em relação a mim será sempre suspeito", afirmou.

Renan disse estar tranqüilo em relação ao depoimento que Lyra prestará amanhã, em Alagoas, ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP). O peemedebista afirmou, no entanto, que o usineiro não merece "nenhuma palavra" sua desde que tornou públicas as denúncias. "Eu não quero tratar desse rapaz. Ele tem várias execuções da Receita Federal, é acusado de vários homicídios, inclusive de crime de mando, é uma pessoa que não merece uma resposta minha porque não tem nenhuma qualificação."

Na opinião de Renan, os senadores vão concluir ao final das investigações que ele não está envolvido em irregularidades. "O que vai haver no Senado, qual o desfecho da crise, isso não importa muito. O que importa para mim é a verdade, é sair de cabeça erguida, de espinha ereta, andar pelo Brasil e demonstrar que eu sou inocente. O Senado, eu tenho absoluta confiança, na isenção do Senado de que isso no final vai preponderar."

Renan disse que mantém com os senadores "o melhor relacionamento e respeito de todos" ao negar que tenha feito ataques nos bastidores a colegas favoráveis ao seu afastamento do cargo --com supostas ameaças veladas.

"Eu nunca ataquei ninguém. Vocês acham que tive 52 votos [para a presidência do Senado] como? Eu tive 52 votos porque sempre tive com o plenário o melhor relacionamento e o respeito de todos, da mesma forma que eu respeito a todos", afirmou.

Depoimento

Renan disse estar disposto a prestar depoimento ao Conselho de Ética do Senado, na semana que vem, no processo a que responde por quebra de decoro parlamentar. O senador é acusado de ter usado dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso --com quem tem uma filha fora do casamento.

"Eu vou a qualquer lugar que seja necessário levar a verdade, inclusive o Conselho de Ética", disse.

Outra representação contra Renan, que já chegou ao conselho, vai investigar a acusação de que ele teria beneficiado a Schincariol junto ao INSS depois que a empresa comprou fábrica por preço acima do mercado de seu irmão, Olavo Calheiros (PMDB-AL).

A Mesa Diretora do Senado também decide, amanhã, se encaminha uma terceira representação contra Renan ao conselho para investigações sobre a denúncia do suposto uso de laranjas na sociedade com Lyra. O usineiro afirma que Renan investiu R$ 1,3 milhão no negócio, firmado em sociedade oculta, sem declará-los à Receita Federal.

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