Renan diz que pedido para se afastar do cargo "faz parte do jogo" e está tranqüilo

Após enfrentar mais de uma hora de apelos de senadores de vários partidos para se afastar da presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que enfrentou com "tranqüilidade" a cobrança de parlamentares da base aliada e da oposição. Renan disse que "faz parte do jogo" senadores defenderem o seu afastamento.

"Minha característica é da harmonia. Não sou do confronto", disse Renan. O peemedebista deixou o plenário da Casa depois de ouvir pelo menos oito senadores defenderem o seu licenciamento da presidência.

O peemedebista ficou sob o bombardeio de senadores, mas não se retirou da cadeira de presidente do Senado nem no momento mais tenso da sessão --quando o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) apresentou áudio gravado pela Folha no qual o advogado Helio Dourado confirma que o assessor de Renan, Francisco Escórcio, viajou a Goiânia (GO) para reunir material contra ele próprio e o senador Marconi Perillo (PSDB-GO).

Renan é acusado de ter pedido a Escórcio para reunir o material contra os senadores para, posteriormente, chantageá-los --com o objetivo de escapar de um eventual processo de cassação no plenário do Senado.

Cobra

Após a sessão plenária, Renan percorreu parte da exposição, mas não chegou a visitar a obra mais polêmica do evento que mostra uma cobra "viva" dentro de uma casa de acrílico. O artista plástico Julio Meiron omitiu da organização do evento que levaria um animal vivo para a exposição --e corre o risco de ser expulso do evento.

"Eu fui chamado para trazer qualquer obra. O que pediram era para mandar uma imagem da obra que eu ia expor. Não mandei uma foto, mas na minha imagem tinha a representação da cobra", argumentou.

O artista plástico disse que os seguranças do Senado quiseram retirá-lo da exposição porque o animal simboliza a situação política na Casa.

"O problema é o sentido simbólico que o animal traz. A interpretação da obra de arte é livre, essa é uma das interpretações possíveis", afirmou.

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