Líderes fecham acordo para retomar votações no Senado

Líderes da base aliada do governo e da oposição fecharam acordo nesta terça-feira para a retomada de votações no Senado, após o afastamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) do comando da Casa por 45 dias. Senadores do DEM e do PSDB se comprometeram a encerrar a obstrução às votações no plenário da Casa, uma vez que o objetivo da paralisia nas votações era pressionar Renan a deixar o cargo.

"Concordo que temos que tirar o atraso nas votações, fizemos obstrução enquanto o presidente Renan se mantinha no cargo. Temos vontade de produzir um armistício em prol do Senado, mas nada de paz de cemitério aqui. Agora temos o direito de discordar e fazer obstrução quando chegarem matérias que não concordarmos", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse esperar que o Senado esteja "pacificado" depois de quase seis meses de crise política. "Foi uma reunião positiva, todos os líderes estão com a disposição de pacificar a Casa", afirmou.

O senador Renato Casagrande (ES), líder do PSB no Senado, disse que o encontro de líderes com o presidente interino da Casa, Tião Viana (PT-AC), conseguiu restabelecer o clima de "harmonia" entre os parlamentares.

"Hoje o Senado emergiu, respirou. O Senado precisa de cuidados efetivos no diálogo entre a base e a oposição. Precisamos votar a pauta ética da Casa e outras matérias, já que somente em 13 sessões deliberativas das 49 que tivemos este ano votamos matérias", afirmou.

Pauta

Na reunião de líderes com Viana, os senadores fecharam acordo para colocar em votação na tarde de hoje duas medidas provisórias que trancam a pauta de votações do Senado, além da indicação de nove autoridades do governo federal.

Os senadores deixaram para esta quarta-feira a MP mais polêmica, que cria o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) do governo federal --conhecido como PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da segurança.

Os líderes também vão discutir, amanhã, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que acaba com o voto secreto no Congresso Nacional. A matéria precisa passar por cinco sessões de discussões, que devem terminar esta semana, para que possa entrar na pauta do plenário.

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