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Sindicatos protestam contra pacote de Yeda Crusius
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SIMONE IGLESIAS
da Agência Folha, em Porto Alegre
Cerca de 1.000 manifestantes, segundo a Polícia Militar, ligados a CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sindicato dos Bancários e Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, entre outros movimentos sindicais, fizeram ontem um protesto contra o pacote de projetos da governadora Yeda Crusius (PSDB) que prevê o aumento de ICMS.
Os manifestantes fizeram caminhadas a partir das 7h saindo de dois pontos de Porto Alegre em direção ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, onde se concentraram até às 12h.
O presidente estadual da CUT, Celso Woyciechowski, afirmou que as medidas previstas, como a elevação de impostos e a criação de uma lei de responsabilidade estadual, são prejudiciais aos trabalhadores e à economia do Rio Grande do Sul.
"Há uma proposta de transformar órgãos estatais e fundações em Oscip [Organização da Sociedade Civil de Interesse Público]. Na nossa avaliação, isso vai gerar o desmonte do Estado", disse o dirigente.
Com faixas e carros de som, os manifestantes pediram a retirada do projeto e chamaram a proposta de aumento do ICMS de "tarifaço".
O pacote do governo está sendo discutido na Assembléia Legislativa e a previsão é que seja votado dia 14.
O Executivo não tem maioria de votos para aprovar as medidas e estuda a possibilidade de retirar o pacote da pauta de votações segunda-feira para reapresentá-lo, em convocação extraordinária, em dezembro.
Com um déficit orçamentário estimado em R$ 1,3 bilhão e há oito meses atrasando parte dos salários dos servidores, o governo tentou ontem obter recursos com a União.
Por telefone, segunda-feira, Yeda conversou com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e falou sobre as dificuldades de caixa do Estado.
Ontem, o secretário estadual da Fazenda, Aod Cunha de Moraes Júnior, se reuniu com Mantega em Brasília para pedir recursos para pagar o 13º salário ao funcionalismo. A folha de pessoal somada ao 13º é de R$ 1,5 bilhão.
"Não temos dinheiro para pagar o 13º Isso é um fato. Então, estamos tentando resgatar uma antiga dívida relacionada a investimentos feitos nas estradas federais pelo Estado que, em valores corrigidos, pode chegar a R$ 2 bilhões", disse o secretário.
Segundo Aod, o ministro dará uma resposta ao governo gaúcho em duas semanas.
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