Viana diz acreditar na integridade moral da Polícia do Senado

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), saiu em defesa nesta segunda-feira da Polícia do Senado, acusada de contratar um escritório para espionar o senador Marconi Perillo (PSDB-GO).

"Quem não deve não teme. Eu pessoalmente acredito na integridade moral da Polícia do Senado. Não seria nem um pouco inteligente, muito menos possível imaginar que a Polícia do Senado sairia de suas atribuições constitucionais para criar um caminho de investigação de arapongagem contra a vida de um senador", disse Viana.

Reportagem da revista "Veja" desta semana afirma que a Central Única Federal dos Detetives do Brasil, com escritório em Brasília, foi acionada pela Polícia do Senado para levantar informações financeiras do senador, principalmente se ele tem uma conta milionária em bancos dos Estados Unidos. Outro alvo da investigação seria uma eventual participação societária oculta de Perillo nas empresas Perdigão e Schincariol, instaladas em Goiás.

Perillo nega, via assessoria, que tenha participação nas empresas e conta milionária. A Polícia do Senado soltou nota em que também nega a espionagem contra o senador.

O petista disse que vai pedir explicações ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), que abriria investigação sobre o suposto envolvimento da Polícia Legislativa no caso. Por outro lado, Viana afirmou que a Casa não pode deixar dúvidas sobre uma suposta ação de espionagem contra um parlamentar.

"Enquanto o Senado for uma instituição com responsabilidade, com ética, com elevação moral, ela não deve permitir qualquer dúvida sobre a tranqüilidade e a paz que deve nortear a função e a atividade de cada senador", afirmou.

Viana evitou comentar o teor das denúncias reveladas por Perillo à revista "Veja". O senador disse que prefere acreditar na responsabilidade da Polícia do Senado --que, na sua opinião, não se envolveria num episódio de tamanha proporção. "Ao confiar, fico mais tranqüilo pela atitude que teve o diretor da Polícia do Senado ao determinar a abertura de inquérito para investigar de onde saiu tal assunto."

Senadores da oposição responsabilizaram indiretamente o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pela suposta espionagem da Polícia do Senado, já que o peemedebista também é acusado de "arapongagem" contra Perillo e Demóstenes Torres (DEM-GO), no mesmo período da nova denúncia.

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