Conselho de Ética deve arquivar outras duas representações contra Renan

Com a absolvição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no processo em que era acusado de usar laranjas para comprar veículos de comunicação em Alagoas, o Conselho de Ética do Senado deve arquivar as duas outras representações contra o peemedebista. A Folha Online apurou que o conselho pode arquivar os processos de forma sumária, sem submetê-los à decisão do plenário do conselho.

Renan deve escapar de perder o mandato parlamentar, uma vez que o processo sobre o suposto uso de laranjas era considerado pela oposição como o mais consistente contra o peemedebista.

O senador Almeida Lima (PMDB-SE), relator do quarto processo contra Renan, encaminhou na última quinta-feira seu parecer ao conselho em que pede o arquivamento da representação contra o peemedebista. Lima usa o argumento jurídico da "inépcia" (inexistência) de fatos da acusação para justificar o pedido de arquivamento sumário.

"Eu citei uma farta jurisprudência de que não precisa passar pelo plenário. Foi uma manobra jurídica muito bem feita. É o exercício da consciência jurídica", afirmou.

No quarto processo, Renan responde à denúncia de que integraria esquema de desvio de dinheiro em ministérios controlados pelo PMDB --que teria como coordenador o lobista Luiz Cláudio Garcia, pai de uma funcionária de Renan.

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse que vai analisar o parecer de Lima para decidir sobre o arquivamento do processo. O peemedebista considerou legítimo o parecer do relator, já que o conselho tem a prerrogativa de arquivar processos sem submetê-los à análise do plenário.

"Eu vou analisar, vou pedir o auxílio da consultoria jurídica da Casa. Ainda não adotei a providência de arquivar, apesar de essa ser uma prerrogativa do presidente", afirmou.

Espionagem

Renan ainda responde a uma quinta representação no Conselho de Ética em que é acusado de espionagem contra os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). Quintanilha ainda não designou relator para o caso, mas não descarta arquivá-lo por contra própria porque considera as denúncias "frágeis".

A Mesa Diretora do Senado também deve arquivar um sexto processo contra Renan, no qual é acusado de apresentar uma emenda que permitiu o repasse de R$ 280 mil para uma empresa fantasma. O comando do Senado decidiu sobrestar (adiar) a decisão sobre o envio do sexto processo ao conselho até que os demais casos contra Renan fossem julgados pelo órgão.

A Folha Online apurou que, se as demais representações contra o peemedebista forem arquivadas, a Mesa Diretora deve também suspender as investigações do sexto processo.

Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br