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04/01/2008 - 10h45

Lula empenha R$ 1,6 bi em emendas em 11 dias

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MARIA CLARA CABRAL
SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Nos últimos 11 dias de 2007, o governo "carimbou" 30% de todo o montante de verbas federais que reservou no ano para o atendimento das emendas que os congressistas fizeram ao Orçamento. O resultado mostra que, entre 20 e 31 de dezembro, houve compromisso de gastos de R$ 1,6 bilhão. No ano todo, foram R$ 5,4 bilhões.

As emendas --tanto as das bancadas estaduais quanto as individuais-- integram o bolo de investimentos federais e, por serem consideradas "apadrinhadas", sua liberação atende a critérios políticos.

Na prática, o chamado "empenho de emendas" é o primeiro passo para um congressista conseguir tirar seu projeto do papel porque significa um compromisso de gastos da União no ano seguinte. No caso de 2008, trata-se de ano eleitoral. No final de 2007 houve verdadeira romaria de parlamentares ao gabinete do ministro José Múcio (Relações Institucionais).

Em dezembro, foram R$ 2,7 bilhões --exatamente a metade do compromisso de todo o ano.

As emendas individuais tradicionalmente são usadas pelos parlamentares para atender a pequenas obras nas bases eleitorais. As de bancada atendem a pedidos dos governadores.

Dados do Siafi (sistema de acompanhamento dos gastos federais) coletados pela assessoria do Orçamento do DEM mostram que grande parte dos empenhos refere-se às emendas de bancadas. Do total de R$ 1,6 bilhão dos últimos dias do ano, R$ 1,4 bilhão foram para esse tipo de emenda (87,5%).

Proporcionalmente, a bancada de Minas Gerais foi a campeã nos empenhos de 2007. Do total possível (R$ 539,4 milhões), o Estado conseguiu empenhar 88,8%. A bancada do Acre aparece em segundo lugar no ranking, com 88,6% do possível (R$ 175 milhões). Goiás vem em seguida, com 78,2% do total (R$ 268,6 milhões).

O senador acreano Sibá Machado (PT), que está entre os dez que mais obtiveram empenhos no ano, diz que o segredo é a bancada trabalhar em conjunto -o Acre tem apenas oito deputados e três senadores.

Partidos

Na comparação por partidos, PMDB e PT aparecem à frente. Foram R$ 147,1 milhões para o PMDB, e R$ 142,6 milhões para o PT. Na oposição, o destaque foi o DEM, em terceiro, com R$ 89,4 milhões, seguido pelo PP, com R$ 72,3 milhões.

Os parlamentares campeões também são, em sua maioria, aliados do Planalto. No balanço final de empenhos, o suplente em exercício Airton Roveda (PR-PR) e o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan, foram os que mais obtiveram verbas federais, com R$ 5,6 milhões para cada um.

Os dois são seguidos pelos ex-deputados Benjamin Maranhão (PMDB-PB), com R$ 5,5 milhões, e Ivo José (PT-MG), com R$ 5,3 milhões. Benjamin é sobrinho do senador José Maranhão (PMDB-PB), presidente da Comissão de Orçamento. Ele desistiu de concorrer à reeleição em 2006 após ser acusado de participar do escândalo dos sanguessugas.

Na seqüência, aparece Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), com R$ 5,3 milhões, que tradicionalmente desponta na lista. "Apresento as emendas de acordo com as prioridades do governo. Facilito a burocracia."

O Ministério das Relações Institucionais argumenta que o aumento do fluxo na liberação de emendas no final de ano é comum e que o governo atende aos partidos igualitariamente.

Comentários dos leitores
Eduardo Giorgini (488) 27/01/2010 11h27
Eduardo Giorgini (488) 27/01/2010 11h27
Fim da estabilidade de servidores públicos seria uma saída respeitosa ao gargalo de crescimentoe diminuição de gastos.
Herança do Brasil colonial, serviço público fica refem de sindicatos que defendem, obviamente, somente aumentos de salarios e regalias e estão nem ai para a sociedade privada, que os sustentam.
Mas se pensar, precisamos de uma reforma generalizada, ou seja, um "Nascer de novo" que o torna totalmente inviavel.
Complicado a situação do Brasil.
[]s
Eduardo.
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Pedro Carvalho (2) 28/09/2009 13h40
Pedro Carvalho (2) 28/09/2009 13h40
É errado fazer essa divisão de quem merece mais ou quem merece menos, pois, a princípio, todos os partidos são iguais. No entanto, nós sabemos disso, que, se o DEM ou o PSDB estivesse no poder, ele também iriam fazer a mesma coisa. Isso sempre existirá nessa política pobre que é a brasileira. 1 opinião
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Hilton Leonel (6) 08/09/2009 18h15
Hilton Leonel (6) 08/09/2009 18h15
VIVA O PMDB: ESTÁ SEMPRE PRONTO PARA PREJUDICAR O POVO. QUE SAUDADE DE ULISSES
GUIMARÃES. O povo Brasileiro não aguenta mais.
sem opinião
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