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20/08/2002
-
14h41
MILENA BUOSI
da Folha Online
Os problemas provocados pelo desemprego e a geração de postos de trabalho tiveram tratamento preferencial no primeiro dia de horário eleitoral gratuito na TV para presidente.
Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS) falaram em ações e propostas para aumentar o número de empregos no país, e Anthony Garotinho (PSB) e Rui Costa Pimenta (PCO) trataram indiretamente do tema. José Maria Almeida (PSTU) foi o único a não mencionar a questão do desemprego.
Garotinho
O candidato foi o primeiro a aparecer no programa de TV e praticamente reproduziu sua propaganda veiculada nesta manhã no rádio. O principal objetivo do programa foi combater a idéia de que Garotinho é um candidato populista e demagógico.
Nos 2min13s de sua propaganda, houve exaltação dos governos de Getúlio Vargas (1930-1945 e 1950-1954) e de Juscelino Kubitschek (1955-1960), dizendo que os dois foram considerados populistas e demagogos, mas que depois foram considerados "os dois melhores presidentes que o país já teve".
"Como eles, sou chamado de demagogo e populista, mas como eles tenho resistido a pressões, não me curvando a banqueiros e aos poderosos", afirmou Garotinho.
Getúlio foi o presidente que criou os primeiros direitos trabalhistas, como a carteira de trabalho, e Juscelino impulsionou a oferta de trabalho no país ao mudar a capital brasileira do Rio de Janeiro para Brasília, construída nos cinco anos de seu mandato.
Garotinho prometeu aumentar o salário mínimo para R$ 280. Seu jingle foi o mesmo usado no rádio: "fé na vitória, fé no Brasil".
José Maria Almeida
Além de atacar o FMI (Fundo Monetário Internacional) e a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), o candidato do PSTU também criticou seus adversários. Segundo ele, Serra, Ciro e Garotinho estariam a serviço do atual modelo, e Lula perdeu seu caráter de oposição ao se coligar com o PL.
O candidato tem direito a 1min23s de propaganda eleitoral por bloco.
Lula
Além de Lula, apenas dois petistas apareceram nos 5min19s de propaganda: a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o deputado federal Paulo Paim (RS).
O emprego foi o principal foco do programa do candidato, que fez críticas à Petrobras por construir uma plataforma de petróleo em Cingapura, e não no Brasil. "A Petrobras parece ignorar que é uma empresa brasileira", afirmou Lula.
Segundo o candidato, em seu governo fará "tudo o que puder ser feito no Brasil" dentro do país. Ele se referia à possibilidade de outras duas plataformas de petróleo não serem construídas no país. Lula disse que 25 mil empregos deixam de ser criados no Brasil com cada plataforma fora do país, e há perda de US$ 1,5 bilhão.
Ao som de uma música do cantor Leonardo, o programa mostrou depoimentos de desempregados e de trabalhadores de estaleiros sobre a questão das plataformas. Lula também apareceu visitando estaleiros no Rio de Janeiro.
Rui Costa Pimenta
Candidato do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta usou seu 1min23s para falar da criação do partido: "Um partido de classe de verdade."
Ele defendeu o aumento do salário mínimo para R$ 1.500 e a redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais.
Serra
O tucano abriu seu programa de 10min23s contando sua história de vida. Desde o nascimento no bairro da Mooca (zona leste de São Paulo), passando por sua atuação no movimento estudantil -quando foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes)-, seu exílio no Chile durante o regime militar, a luta pelas Diretas-Já e sua gestão no Ministério da Saúde, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Ao falar da luta pela redemocratização, o programa do tucano citou Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, FHC e, surpreendentemente, Lula.
Com o maior número de artistas de todos os candidatos (o apresentador Gugu Liberato, a cantora Elba Ramalho, a dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, o grupo KLB e a atriz Solange Couto), Serra falou principalmente da criação de empregos em seu governo.
Tentando se mostrar um homem seguro e "simples", Serra vestia uma camisa azul e calça social bege durante uma "entrevista", concedida à jornalista Valéria Monteiro, que já foi apresentadora da Rede Globo. O quadro dominou a maior parte da propaganda.
Defendeu o atual modelo econômico de FHC, e prometeu um governo de "preocupação com as pessoas", combate ao desemprego e à violência. "A economia está com um conceito melhor, com a responsabilidade fiscal, inflação média baixa. Isso traz mais respeitabilidade lá fora", disse.
Prometeu investimentos em saúde e educação como forma de ampliar a oferta de trabalho. O tucano exalou sua atuação como ministro, ao dizer que foram criados 300 mil empregos com a expansão do serviço de saúde.
A propaganda mostrou declarações de um portador do vírus HIV elogiando programas contra a Aids elaborados por Serra.
A vice de Serra, Rita Camata, também apareceu ao lado de mulheres e crianças. Ao fundo, um narrador falava de sua atuação como deputada federal para melhorar a vida dessas pessoas.
Ciro
O candidato do PPS foi o único a não aparecer falando em seu programa. Foram veiculadas imagens de campanha, de sua mulher, Patrícia Pillar, e de aliados políticos.
A propaganda falou das gestões de Ciro na Prefeitura de Fortaleza, e no governo do Ceará. O locutor falou de um eventual governo em que o candidato aumente o emprego, diminua a violência, melhore o saneamento e a Saúde. "Vamos acabar com as filas nos hospitais", afirmou o locutor, em uma alfinetada em Serra.
Nos 4min17s a que tem direito, Ciro usou mais uma vez da simpatia de Patrícia Pillar, a exemplo dos programas partidários em maio. "Patrícia Pillar estava certa: conhecendo cada vez mais o candidato, as pessoas começaram a apoiar Ciro."
A propaganda destacou o apoio que Ciro vem recebendo pelo país, mostrando eventos de campanha na Bahia, Cuiabá, Paraná, Sobral (CE), Manaus, Minas Gerais e São Paulo.
O presidente do PDT, Leonel Brizola, o ator e comediante Chico Anísio, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e Antonio Carlos Magalhães (PFL) também aparecem nas imagens do programa.
Ao final do programa, um clipe de Ciro com imagens do Brasil e de sua atuação como governante e político. Detalhe para uma caminhada em que seu ex-coordenador de campanha, José Carlos Martinez (PTB-PR), aparece ao lado de Ciro.
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CAMILO TOSCANOMILENA BUOSI
da Folha Online
Os problemas provocados pelo desemprego e a geração de postos de trabalho tiveram tratamento preferencial no primeiro dia de horário eleitoral gratuito na TV para presidente.
Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS) falaram em ações e propostas para aumentar o número de empregos no país, e Anthony Garotinho (PSB) e Rui Costa Pimenta (PCO) trataram indiretamente do tema. José Maria Almeida (PSTU) foi o único a não mencionar a questão do desemprego.
Garotinho
O candidato foi o primeiro a aparecer no programa de TV e praticamente reproduziu sua propaganda veiculada nesta manhã no rádio. O principal objetivo do programa foi combater a idéia de que Garotinho é um candidato populista e demagógico.
Nos 2min13s de sua propaganda, houve exaltação dos governos de Getúlio Vargas (1930-1945 e 1950-1954) e de Juscelino Kubitschek (1955-1960), dizendo que os dois foram considerados populistas e demagogos, mas que depois foram considerados "os dois melhores presidentes que o país já teve".
"Como eles, sou chamado de demagogo e populista, mas como eles tenho resistido a pressões, não me curvando a banqueiros e aos poderosos", afirmou Garotinho.
Getúlio foi o presidente que criou os primeiros direitos trabalhistas, como a carteira de trabalho, e Juscelino impulsionou a oferta de trabalho no país ao mudar a capital brasileira do Rio de Janeiro para Brasília, construída nos cinco anos de seu mandato.
Garotinho prometeu aumentar o salário mínimo para R$ 280. Seu jingle foi o mesmo usado no rádio: "fé na vitória, fé no Brasil".
José Maria Almeida
Além de atacar o FMI (Fundo Monetário Internacional) e a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), o candidato do PSTU também criticou seus adversários. Segundo ele, Serra, Ciro e Garotinho estariam a serviço do atual modelo, e Lula perdeu seu caráter de oposição ao se coligar com o PL.
O candidato tem direito a 1min23s de propaganda eleitoral por bloco.
Lula
Além de Lula, apenas dois petistas apareceram nos 5min19s de propaganda: a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o deputado federal Paulo Paim (RS).
O emprego foi o principal foco do programa do candidato, que fez críticas à Petrobras por construir uma plataforma de petróleo em Cingapura, e não no Brasil. "A Petrobras parece ignorar que é uma empresa brasileira", afirmou Lula.
Segundo o candidato, em seu governo fará "tudo o que puder ser feito no Brasil" dentro do país. Ele se referia à possibilidade de outras duas plataformas de petróleo não serem construídas no país. Lula disse que 25 mil empregos deixam de ser criados no Brasil com cada plataforma fora do país, e há perda de US$ 1,5 bilhão.
Ao som de uma música do cantor Leonardo, o programa mostrou depoimentos de desempregados e de trabalhadores de estaleiros sobre a questão das plataformas. Lula também apareceu visitando estaleiros no Rio de Janeiro.
Rui Costa Pimenta
Candidato do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta usou seu 1min23s para falar da criação do partido: "Um partido de classe de verdade."
Ele defendeu o aumento do salário mínimo para R$ 1.500 e a redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais.
Serra
O tucano abriu seu programa de 10min23s contando sua história de vida. Desde o nascimento no bairro da Mooca (zona leste de São Paulo), passando por sua atuação no movimento estudantil -quando foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes)-, seu exílio no Chile durante o regime militar, a luta pelas Diretas-Já e sua gestão no Ministério da Saúde, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Ao falar da luta pela redemocratização, o programa do tucano citou Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, FHC e, surpreendentemente, Lula.
Com o maior número de artistas de todos os candidatos (o apresentador Gugu Liberato, a cantora Elba Ramalho, a dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, o grupo KLB e a atriz Solange Couto), Serra falou principalmente da criação de empregos em seu governo.
Tentando se mostrar um homem seguro e "simples", Serra vestia uma camisa azul e calça social bege durante uma "entrevista", concedida à jornalista Valéria Monteiro, que já foi apresentadora da Rede Globo. O quadro dominou a maior parte da propaganda.
Defendeu o atual modelo econômico de FHC, e prometeu um governo de "preocupação com as pessoas", combate ao desemprego e à violência. "A economia está com um conceito melhor, com a responsabilidade fiscal, inflação média baixa. Isso traz mais respeitabilidade lá fora", disse.
Prometeu investimentos em saúde e educação como forma de ampliar a oferta de trabalho. O tucano exalou sua atuação como ministro, ao dizer que foram criados 300 mil empregos com a expansão do serviço de saúde.
A propaganda mostrou declarações de um portador do vírus HIV elogiando programas contra a Aids elaborados por Serra.
A vice de Serra, Rita Camata, também apareceu ao lado de mulheres e crianças. Ao fundo, um narrador falava de sua atuação como deputada federal para melhorar a vida dessas pessoas.
Ciro
O candidato do PPS foi o único a não aparecer falando em seu programa. Foram veiculadas imagens de campanha, de sua mulher, Patrícia Pillar, e de aliados políticos.
A propaganda falou das gestões de Ciro na Prefeitura de Fortaleza, e no governo do Ceará. O locutor falou de um eventual governo em que o candidato aumente o emprego, diminua a violência, melhore o saneamento e a Saúde. "Vamos acabar com as filas nos hospitais", afirmou o locutor, em uma alfinetada em Serra.
Nos 4min17s a que tem direito, Ciro usou mais uma vez da simpatia de Patrícia Pillar, a exemplo dos programas partidários em maio. "Patrícia Pillar estava certa: conhecendo cada vez mais o candidato, as pessoas começaram a apoiar Ciro."
A propaganda destacou o apoio que Ciro vem recebendo pelo país, mostrando eventos de campanha na Bahia, Cuiabá, Paraná, Sobral (CE), Manaus, Minas Gerais e São Paulo.
O presidente do PDT, Leonel Brizola, o ator e comediante Chico Anísio, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e Antonio Carlos Magalhães (PFL) também aparecem nas imagens do programa.
Ao final do programa, um clipe de Ciro com imagens do Brasil e de sua atuação como governante e político. Detalhe para uma caminhada em que seu ex-coordenador de campanha, José Carlos Martinez (PTB-PR), aparece ao lado de Ciro.
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