DEM espera nomeação de Lobão para cobrar explicações do filho do futuro ministro

O comando nacional do DEM deu prazo até a nomeação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para o Ministério de Minas e Energia para que o suplente dele, Edison Lobão Filho (DEM-MA), dê mais explicações sobre as denúncias que o envolvem. O partido informa que a nota divulgada nesta segunda-feira pelo empresário será criteriosamente analisada pelos democratas.

"Se cobramos do governo e dos adversários uma transparência, como é que nós não vamos fazer isso com os nossos?", reagiu o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). "Só estamos dando a ele o direito de se explicar e aguardamos por isso", afirmou.

Lobão Filho, que deve assumir a vaga do pai no Senado, é acusado de usar laranja para ocultar dívidas de uma distribuidora de bebidas --da qual era sócio-- e ainda de suposta irregularidade na concessão de rádio e TV de suas empresas.

Problema

Maia disse que Lobão Filho passará a ser "problema" do DEM só quando assumir a vaga do pai. "Quando ele [Lobão Filho] for senador, vamos decidir o que fazer. Até lá esperamos explicações que respondam [às acusações]", disse.

O deputado disse ainda que "mal conhece" Lobão Filho com quem só conversou "rapidamente" uma vez ao ser apresentado ao empresário. Mas não economizou elogios à mãe do empresário e mulher de Edison Lobão, Nice Lobão (DEM-MA), que é deputada federal.

"A deputada Nice Lobão é muito correta conosco e vota sempre, de acordo com as orientações do partido", disse o presidente nacional do DEM.

Acusações

Na denúncia de uso de laranjas, Lobão Filho é acusado de transferir ações da empresa de bebidas Bemar para o nome da empregada doméstica Maria Lúcia Martins que trabalhava para seu ex-sócio Marco Antônio Pires Costa que era casado com Maria Luiza Thiago de Almeida.

Em 1999, as ações de Lobão Filho foram transferidas para a empregada utilizando procuração e documentos falsos. Segundo Maria Luiza, a dívida da Bemar com o fisco é de R$ 7 milhões e com o Banco do Nordeste, de R$ 5 milhões.

Reportagem da revista "Veja" revelou que a intenção de Lobão Filho, ao transferir as ações, seria fugir de dívidas do fisco. O que o empresário nega, inclusive na nota oficial divulgada por sua assessoria hoje.

Na outra denúncia já em processo de investigação no Senado, Lobão Filho é acusado de possíveis irregularidades na concessão pública para exploração de radiodifusão pela Rádio Curimã e TV Difusora (repetidora do SBT) de sua propriedade.

O caso foi encaminhado pela Mesa Diretora do Senado à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática.