Ministros negam irregularidades em gastos com cartões da Presidência

Em nome do governo, os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional) e Franklin Martins (Comunicação Social) negaram nesta quarta-feira irregularidades nas despesas com cartões de crédito corporativos realizadas por seguranças e assessores da Presidência da República. Segundo eles, os gastos estão dentro do permitido.

Dilma lamentou a divulgação de informações sobre despesas executadas pelos seguranças de Lurian Cordeiro da Silva, filha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo reportagem da Folha, eles gastaram R$ 55 mil nos últimos nove meses.

"Acho lamentável que se diga que o cartão pagaria gastos pessoais dos filhos do presidente da República", afirmou a ministra.

Dilma e os demais ministros defenderam o uso do cartão corporativo. De acordo com eles, o sistema permite que os gastos sejam rastreados e acompanhados pelas autoridades e pela sociedade. Mas reiteraram a necessidade de preservar os que julgam ser para a segurança do presidente Lula, do vice-presidente José Alencar e de seus familiares, além de convidados.

Indícios

Dilma saiu em defesa do ministro Orlando Silva (Esporte) e da ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial). Para ela, é fundamental conceder o direito de "equívoco" no uso do cartão.

"Nós não consideramos que haja alguma irregularidade grave nesse processo [do sistema de uso de cartões corporativos]", afirmou Dilma. "Não vi indícios de improbidade da ministra. Ela se considerou sem condições de continuar [no governo]", reiterou.

Matilde pediu demissão do cargo na semana passada depois de ser divulgado que ela gastou um total de R$ 171 mil com o cartão corporativo. Desse total, ela gastou R$ 110 mil com o aluguel de carros e mais de R$ 5.000 em restaurantes, além de ter feito compra em um free shop.

Em relação a Orlando Silva, que usou o cartão para pagar R$ 8,30 em uma tapioca em Brasília, Dilma também defendeu o colega. "É uma falha do ministro, mas não improbidade."

Félix também negou que os seguranças que trabalham em Florianópolis (SC) e são responsáveis pela proteção a Lurian e pelo escritório de representação da Presidência no Estado tenham cometido abusos no uso do cartão. "Não houve desvio. Por isso estamos aqui dando satisfação à sociedade", disse.