Berzoini diz que é difícil governo negociar cargos de CPI com oposição

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), sinalizou hoje que o partido não vai abrir mão de indicar o relator para a CPI dos Cartões Corporativos, mesmo com a pressão da oposição para que o governo desista de um dos cargos de comando da comissão. Ao chegar na festa de aniversário de 28 anos do partido em Brasília, Berzoini disse que cabe às maiores bancadas na Câmara e no Senado (PT e PMDB) indicar o presidente e o relator da CPI.

"É prerrogativa dos partidos maiores fazer a indicação. Os menores tem que aceitar. Acho difícil [a negociação com a oposição], apesar que em política nada ser impossível", afirmou.

O petista disse que, quando DEM e PSDB ocupavam o governo, não cederam o comando de CPIs para o PT, que na época era oposição à administração do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Berzoini criticou a ameaça da oposição de obstruir as votações no Senado caso não consiga indicar o presidente ou o relator da CPI. "Isso é lamentável, justamente em uma época em que o Brasil está crescendo", afirmou.

O oposição articula instalar uma comissão somente no Senado caso deputados da base aliada do governo mantenham a postura de não aderir à comissão mista proposta pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que as investigações vão sair com ou sem as assinaturas de parlamentares governistas.

A hipótese da CPI do Senado já é admitida, inclusive, por parlamentares da base aliada do governo. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) garantiu que o governo defende as investigações e, por este motivo, está disposto a retomar a discussão sobre se criar uma comissão composta somente por senadores.

A Folha Online apurou que líderes governistas na Câmara ficaram irritados com a condução das negociações por Jucá, especialmente no que diz respeito ao teor do requerimento de criação da CPI redigido por Sampaio. Por este motivo, decidiram recuar no apoio à comissão.