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Verba para a UnB pagou carro para reitor
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Uma fundação ligada à UnB (Universidade de Brasília) comprou um Honda Civic para uso exclusivo do reitor Timothy Mulholland no valor de R$ 72.200. De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal, o dinheiro deveria ter sido direcionado à pesquisa.
A verba foi passada à universidade pela Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos) por meio de um fundo de apoio institucional que só pode ser gasto com a UnB. A decisão sobre o que será comprado com o dinheiro do fundo é da administração da universidade, segundo sua assessoria de imprensa.
Há, ainda de acordo com a assessoria, quatro possibilidades de gasto: ensino, pesquisa, extensão e desenvolvimento institucional. A compra do carro foi feita sob a última rubrica.
Segundo a denúncia da Promotoria, os recursos que pagaram o carro, que tem som com MP3 e bancos de couro, vieram do mesmo fundo de apoio institucional à UnB que pagou também móveis de luxo e até mesmo plantas para o apartamento funcional do reitor, desocupado na última sexta-feira.
Assessoria
A assessoria da UnB confirma o uso da mesma rubrica na reforma do apartamento, mas sustenta que também não há irregularidade, pois é uma verba utilizada em instalação da universidade e que será aproveitada por outros reitores.
Segundo o Ministério Público, os gastos no imóvel somam R$ 470 mil; a UnB fala em R$ 350 mil. Na lista dos objetos comprados com o dinheiro que seria para pesquisa, há, entre outras compras, R$ 36.603 para equipamentos de TV e som, R$ 19.026,40 para mesas, espreguiçadeiras e cadeiras; R$ 18.210,63 em panelas, liqüidificador, jogo de jantar, ferro de passar, balde de gelo, assadeiras, aspirador de pó, kit bar "etc" da loja Kitchens; R$ 21.600 em quadros; R$ 20.562 em palha para revestimento, xales seda, tapetes e almofadas; três lixeiras da Kitchens por R$ 2.738,00 e até 16 vasos com "plantas diversas" comprados por R$ 7.264,00.
Manifestação
Estudantes da UnB anunciaram para a semana que vem uma passeata para pedir o afastamento do reitor. Eles apontam que, enquanto o apartamento do reitor era equipado com móveis de luxo, a universidade tinha instalações precárias --no final do ano, falta até papel higiênico nos banheiros.
Segundo eles, apenas duas unidades --Medicina e Química-- receberam uma verba maior do que a investida no apartamento de Mulholland. Os professores também irão decidir em assembléia se se juntam aos alunos num pedido formal de licença do reitor para o Ministério Público.
Mulholland argumenta que o imóvel era usado para encontros acadêmicos. Professor de psicologia, ele está à frente da UnB desde 2005. A Folha tentou contato com ele desde o início da semana, mas não obteve resposta.
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