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25/02/2008 - 21h27

Amazônia Legal terá fiscalização permanente em áreas devastadas

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Tailândia

Forças federais iniciaram hoje no Pará uma operação de combate ao desmatamento e comércio ilegal de madeira na Amazônia. A ação, que se estenderá por tempo indeterminado, atingirá os 36 municípios da região que mais devastaram florestas no segundo semestre do ano passado.

Palco de um confronto ocorrido há sete dias envolvendo policiais e moradores contrários à fiscalização das madeireiras, Tailândia (a 218 km de Belém) foi a cidade escolhida para o início da operação, batizada de "Arco de Fogo".

O trabalho no município envolve 300 homens da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança e do Ibama.

Três helicópteros e cerca de 50 veículos serão usados no apoio às tropas. As aeronaves sobrevoarão a região para mapear as madeireiras, carvoarias e os depósitos clandestinos escondidos na floresta.

A fiscalização, que começa hoje, será feita por quatro equipes formadas por 30 pessoas cada uma. O Ibama no Pará acredita que as cerca de 60 madeireiras de Tailândia possuam em estoque até 50 mil metros cúbicos de madeira ilegal, quantidade suficiente para lotar 3.570 caminhões.

A chegada das forças federais agitou a cidade, de 67 mil habitantes. Os moradores saíram de casa e se enfileiraram às margens da rodovia PA-150, que corta a área urbana, para ver a passagem do comboio.

Nas madeireiras, o clima é de apreensão para empresários e funcionários. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Madeireira de Tailândia, Francisco das Chagas, dos 2.973 empregados do setor com carteira assinada, 2.018 já receberam notificação de demissão.

"Desse jeito, vai ser demitido todo mundo", disse Chagas. Segundo ele, desde o início da fiscalização pelo governo do Estado, há 15 dias, 826 trabalhadores perderam o emprego sem ao menos cumprir aviso prévio. "Queremos negociar férias coletivas ou mesmo licença não-remunerada", disse.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras de Tailândia, João Medeiros, a ação das forças federais deverá agravar ainda mais a situação. "A tendência é haver novas demissões", afirmou.

Medeiros acredita, porém, que a fiscalização "será uma oportunidade para o setor se moralizar e se legalizar". "Também será bom para mostrar ao país o que o governo não fez para melhorar a situação."

A cidade --que, segundo a prefeitura, tem 70% da sua economia lastreada nos ganhos das madeireiras e carvoarias-- reclama do "efeito dominó" provocado pela crise no setor.

"Antes dessa confusão eu faturava R$ 160 por semana", disse o borracheiro Magno Silva Sales, 30. "Agora, sem os caminhões, só ganhei R$ 40 na semana passada", declarou.

Sem carga para transportar, e com o policiamento em alerta, os veículos estão parados nos pátios. Nas estradas, só circulam as carretas contratadas pelo governo estadual para retirar a madeira apreendida.

Hoje, os caminhões transportaram sua carga para um porto fluvial. As toras foram levadas de balsa para um depósito próximo a Belém, onde serão leiloadas. O dinheiro será revertido para equipar as entidades ambientais do Estado.

Comentários dos leitores
ernani sefton campos (136) 11/11/2009 09h41
ernani sefton campos (136) 11/11/2009 09h41
A discussão continua, como a "dos sexos dos anjos".
Assim, não se vai a lugar,algum.
Enquanto o Governo,tratar o assunto, de forma "política, para o Inglês, ver",não passaremos do desmatamento desordenado, e exploração dos recursos,concentração de rendas, etc...,ficará por aí.
A Amazônia e seu processo de desmatamento,requer, a meu ver, a constituição de uma COMISSÃO de notáveis, nas areas de infraestrutura,energia,agricultura,recursos naturais,engenharia de obras,e desenvolvimento sustentável,urbanismo e implantação de cidades e PESSOAS.
Estes, selecionados , reunidos e remunerados, para tal, elaborariam um PROJETO COMPLETO, incluindo o Gerenciamento do mesmo - um plano Marshall Tupiniquim - para Desenvolvimento, da região de abrangência, integrado, a fim de ocupação racional, autosustentável e harmonico.
" FOCO e Desenvolvimento TOTAL "
Teriamos aí, sim o maior PAC , do MUNDO , por 20 anos, futuros.
Até que poderia ocorrer,por osmose, o envolvimento
dos países vizinhos, que margeiam o rio Amazonas.
Dinheiro, pelo visto, não FALTA.Basta organizar e mandar " BALA ".
Aposto neste MEGA PROJETO, como Vitorioso.
sem opinião
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Rodrigo Vieira de Morais (175) 23/10/2009 15h33
Rodrigo Vieira de Morais (175) 23/10/2009 15h33
Gente, teremos que resolver os problemas ambientais, agora ou depois.
Existem diversas areas desmatadas que agora estão com pastagem degradada.
Grande parte dos ruralistas querem mesmo é vender madeira e lucrar muito. Depois vendem a terra aos pequenos produtores rurais (isto aconteceu e acontece em todo o Brasil).
Outra coisa, se o solo da amazonia não mudou, quando desmatarem aquilo-lá, vai tudo virar deserto.
O solo dos EUA e EUROPA é diferente daqui, possui quantidade de argila diferente e capacidade de armazenamento de água diferente, não dá para comparar.
Decisão técnica e não política.
Muitas ONGs são honestas mais que os políticos de plantão.
sem opinião
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Os Estados Unidos criam centenas de ONGs no Brasil que são financiadas em partes por eles, para proteger o meio ambiente. Será?..... Será mesmo que se preocupam tanto com o meio ambiente, ou a concorrência do Brasil no agronegócio esta incomodando. 12 opiniões
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