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Desalojados por obra do PAC vão para contêineres
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GILMAR PENTEADO
da Agência Folha, em Porto Alegre
Um projeto habitacional com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) se transformou num ponto de discórdia em Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre. Para viabilizar o programa de recuperação de uma área irregular, a prefeitura do PT levou famílias para morar em contêineres de metal de 15 m².
Dezesseis contêineres foram instalados em uma área pública que seria destinada a uma praça ou a uma creche, mas o projeto nunca saiu do papel. A promessa da prefeitura é que as famílias permaneçam nos contêineres por cinco meses.
Sobre os contêineres foi feita uma estrutura de madeira e colocado plástico para tentar amenizar o calor, um dos principais problemas do local, que não é arborizado. Ontem, na chegada das primeiras famílias, houve protesto da oposição e moradores da área irregular, próxima do arroio Barnabé, fecharam o acesso a uma ponte que cruza o arroio por duas horas. "É imoral. Nem a prisão é assim", disse o vereador do PMDB Nadir Rocha, da comissão de saúde da Câmara.
Segundo a prefeitura, 496 famílias vivem irregularmente nas encostas do arroio Barnabé. As áreas foram invadidas há mais de 40 anos. Com R$ 27,8 milhões do governo federal e R$ 3 milhões da prefeitura, o projeto com prazo de 12 meses prevê a recuperação do local e a construção de cinco condomínios, no total de 31 prédios.
Mas, segundo a prefeitura, famílias precisam ser retiradas do local para viabilizar a construção dos prédios. Depois de cinco meses, segundo cronograma da prefeitura, seriam transferidas diretamente para um condomínio construído.
Os contêineres habitacionais --com banheiro e luz, em geral usados em obras-- foram alugados pela empresa responsável pela obra. O custo mensal é de R$ 240 por família, incluindo gastos com esgoto e água. Ontem dez famílias, com cerca de 30 crianças, foram levadas ao local. A previsão é que outro grupo mude em 60 dias.
O prefeito Sérgio Stasinski (PT) afirma que os moradores aceitaram a transferência. Moradores afirmaram à Folha, no entanto, que só aceitaram morar no local porque tinham medo de serem despejadas.
"Disseram que se não saíssemos por bem sairíamos por mal. Não temos outra saída", afirmou a dona-de-casa Eliani Bittencourt Lacerda, 36, chorando. Segundo ela, funcionários da prefeitura avisaram na última quinta que o grupo teria de deixar as casas até ontem.
"Falaram que um oficial de Justiça viria, junto com a Brigada Militar, nos tirar à força. Saímos por medo, tenho crianças em casa", disse a diarista Denise Vargas da Silva, 32: "Aqui parece uma lata de sardinha. Mas não temos escolha".
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