CPI dos Cartões rejeita convocação de braço-direito de Dilma Rousseff

A CPI dos Cartões Corporativos rejeitou nesta quinta-feira, por 13 votos a seis, a convocação da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, para explicar à comissão o vazamento de informações que deram origem ao dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Erenice é apontada por reportagem da Folha como mandante da organização do suposto dossiê. A Casa Civil nega o dossiê, mas admite que há um banco de dados.

A base votou em peso contra a convocação da secretária-executiva, após orientação do Palácio do Planalto para que os aliados rejeitem todos os requerimentos de convocação de integrantes do governo.

O banco de dados que teria sido montado a pedido de Erenice é paralelo ao Suprim, sistema oficial de controle de despesas com suprimentos de fundos do governo.

Com ampla maioria na CPI, os governistas também rejeitaram requerimento de convocação da chefe de gabinete da secretaria-executiva da Casa Civil, Maria de Soledad Bajo Catrillo. Ao lado de Erenice, Soledad é apontada como responsável por vazar as informações do banco de dados da Casa Civil que resultaram no dossiê anti-FHC.

A base aliada do governo mobilizou sua tropa de choque na comissão para evitar a convocação das servidoras da Casa Civil.

"Desde ontem, essas duas funcionárias deixam de ser suspeitas. O senador Álvaro Dias [PSDB-PR] admitiu ontem que recebeu o dossiê com dados sigilosos com gastos da presidência. Ele foi atravessador de uma encomenda fruto de um crime. Essas senhoras, coitadas, deixam de ser suspeitas", disse a deputada Perpétua Almeida (PC do B-AC).

A oposição, por outro lado, atribui às duas funcionárias o vazamento de informações que deram origem ao dossiê. Líderes da oposição saíram em defesa de Dias ao afirmar que a Casa Civil teve participação direta na elaboração do dossiê, uma vez que o órgão montou um banco de dados com informações sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique com os cartões corporativos.