Publicidade
Publicidade
À CPI, diretor da Abin defende sigilo de gastos de todos os presidentes
Publicidade
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda, defendeu nesta quarta-feira em depoimento à CPI dos Cartões Corporativos o sigilo nos gastos da Presidência da República com os cartões. Lacerda disse ser favorável à manutenção do sigilo para qualquer presidente --do atual governo, do anterior ou do próximo a ser eleito-- numa tentativa de despolitizar os debates na comissão sobre o segredo nos gastos do Palácio do Planalto.
"Eu acho que o presidente do Brasil não há de ser diferente do presidente da República de nenhum outro país. O sigilo é absolutamente necessário. [...] Jamais me candidatarei a cargos eletivos, porque acho que não tenho perfil, não estou aqui para agradar ninguém neste governo, o outro ou o próximo. O que eu penso é que há de ser rigoroso os critérios desses gastos da Presidência da República", defendeu.
Lacerda adotou postura mais radical na defesa do sigilo dos gastos que o ministro Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional). Em depoimento à CPI nesta terça-feira, Félix disse o sigilo de gastos de rotina do presidente pode ser quebrado se não oferecerem riscos à sua segurança. Mas ressaltou, porém, que seria "complicado" separar os gastos que podem ser divulgados dos sigilosos.
Na opinião do diretor da Abin, a divulgação de gastos simples do presidente podem colocar em risco a segurança da Presidência da República. "É óbvio que através de um alimento você pode envenenar aquele que pode consumi-lo. Então, por que não ter preocupação sobre quem vende esse produto, saber se é confiável? Esses gastos hão de ser submetidos aos órgãos competentes. Torná-los públicos é que é o problema", afirmou.
A presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), disse ser favorável à divulgação de gastos rotineiros do presidente, como "vinho ou touca de banho usada para tomar banho na piscina no Palácio da Alvorada" --residência oficial do presidente da República). Serrano disse que o objetivo da comissão ao cobrar a quebra do sigilo dos gastos não é colocar em risco a segurança do presidente.
"Eu não acredito que nenhum deputado ou senador querem que nenhuma ação deixe vulnerável o presidente da República, o vice e seus familiares. É o país que está em jogo, é fundamental que não se faça isso. Há questões de segurança dentro do gastos da família, a questão de segurança em gastos da Presidência. Mas há gastos que não são questões de segurança."
Críticas
A senadora criticou a decisão do governo federal de solicitar à Polícia Federal investigações somente sobre o vazamento de informações da Casa Civil que deu origem ao dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Serrano afirmou que é obrigação da PF e da própria Abin apurar também o responsável pela montagem do dossiê, ao contrário do que argumenta o governo.
"Ontem vi que ao presidente [Lula] interessa saber quem vazou. Mas a nós interessa também quem mandou. Esta Casa só poderá discutir politicamente a questão se souber quem vazou. As questões políticas não são da Polícia Federal, nem da Abin, são desta Casa. Mas para que esta Casa possa discutir, precisa saber quem vazou", disse.
Na opinião de Serrano, a determinação do presidente Lula e do ministro Tarso Genro (Justiça) para que as investigações se concentrem sobre o vazamento "quebra uma perna que a PF e os órgãos de segurança têm neste caso".
Leia mais
- 1ª CPI dos Cartões ouve hoje diretor-geral da Abin e Matilde Ribeiro
- Não há como PF separar autoria e vazamento de dossiê, diz Aécio
- Aliados se articulam para evitar que oposição convoque Dilma na nova CPI
- PF apreende seis computadores na Casa Civil para investigar vazamento de dossiê
- Ideli Salvatti pede para Garibaldi desistir de criar CPI dos Cartões no Senado
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice
Pela lógica, as fichas para corrupção do PT vem da éra FHC ou Serra?
Uma equação um tanto estranha para justificar as falcatruas do PT.
A culpa é de Serra entao?
[]s
Eduardo.
avalie fechar
avalie fechar
Ainda veremos muito tucano e demos pfl na cadeia e o povo paulista, mineiro, gaúcho pedindo desculpas por tamanha ignorância...!!!
avalie fechar