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03/10/2002
-
22h38
da Folha Online
A primeira parte do debate entre presidenciáveis desta noite da "Rede Globo" foi marcado por um tom amistoso entre os candidatos do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, do PSB, Anthony Garotinho, e da Frente Trabalhista, Ciro Gomes.
Em vez de se atacarem mutuamente, os candidatos aproveitaram a primeira parte, em que o tema do debate é escolhido por sorteio, para apresentarem seus programas de governo. Lula, o primeiro sorteado, escolheu Ciro Gomes para debater sobre o tema educação.
Ciro lembrou que dos 15 anos que passou na escola, 12 forma na escola pública. "Se não fosse a excelente escola pública que tive, seria mais um dos brasileiros que ficou com seu sonho frustrado. Hoje o filho da classe média não tem mais essa qualidade. Só se preocupa com a expansão de vagas e não com a qualidade."
O candidato da Frente Trabalhista prometeu expandir vagas e fazer um "choque de qualidade" no ensino fundamental, criando estímulos financeiros para o professor. Precisamos de um professor estimulado. Só será estimulado se for bem remunerado." Ele também se comprometeu a fazer um "choque de qualidade e de autonomia" na universidade.
Já Lula prometeu criar uma cota para os negros na universidade pública. "Temos de resgatar dívida do país com o negro. Aumentar crédito educativo para 186 mil estudantes. Um país que tem dinheiro para financiar empresa multinacional também tem de ter dinheiro para o estudante. "
Ciro concordou com a proposta de Lula. "Também sou a favor das cotas para negros e pobres."
O intermediador do debate, Willian Bonner, perguntou para Lula como ele faria para definir quem é negro para ser beneficiado pela criação das cotas. "Muita gente, por falta de conhecimento ou por preconceito, não se reconhece como negro. Mas existem critérios científicos para identificar quem é negre, quem é pardo, quem é branco. No mercado de trabalho, na educação, se vê que o negro é marginalizado historicamente."
Bonner perguntou para Ciro se as cotas valeriam para os mestiços. O candidato disse que se recusa a usar critérios científicos paraidentificar quem é negro. "Quem se reconhecer como negro será beneficiado pelas cotas."
Na sua vez de perguntar, Ciro indagou para Garotinho como resolver o problema do rombo da aposentadoria dos funcionários públicos. "O Brasil tem três problemas centrais, um deles é o rombo da Previdênia. Isso cria uma injustiça humana. Tem 13 mihões de aposentados sem dinheiro para comprar uma caixa de remédio", disse Ciro.
"Temos o objetivo de sanear a Previdência, mas garantir os direitos adquiridos. Não podemos permitir que quem contribuiu com quatro salários mínimos recebam dois salários mínimos de aposentadoria. Teremos uma transição para o regime de capitalização", respondeu Garotinho.
Ciro aproveitou sua tréplica para alfinetar o presidente Fernando Henrique Cardioso. "O brasileiro precisa saber que o último acordo que FHC assinou com FMI contém memorandos que criam a contribuição dos aposentados inativos. Escondeu que o acordo iria trazer mais sacrifícios para a sociedade. Temos de reduzir a informalidade. Até um salário, haverá descontos nos encargos sobre a folha de pagamento". Em sequencia, vamos criar um regime de capitalização para evoluir para regime único com contas individuais."
Garotinho disse que tinha um modelo parecido com o de Ciro. Não toleraremos que você seja mais uma vez vítima. Na hora que aperta, corta do pequeno. O q vê, você pagou, é seu. Em determinado momento, FHC chamou aposentado de "vagabundo".
Garotinho se enrolou para responderpara Bonner como faria para vincular a aposentadoria ao salário mínimo, já que a Constituição acabou com essa regra em 1999. O candidato do PSB disse que a regra de vinculação existia e estava na Constituição. Mas era o governo FHC que não cumpria a lei.
Mas a verdade é que o governo FHC acabou com a vinculação do salário mínimo à aposentadoria. A vinculação só vale para o piso dos benefícios previdenciários. Em vez de aceitar sua confusão, Garotinho disse que confia no Congresso para corrigir esse erro. "Vamos discutir o programa com Congresso. Os homens públicos não se furtarão a defender direitos dos aposentados."
Veja o especial Eleições 2002
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FABIANA FUTEMAda Folha Online
A primeira parte do debate entre presidenciáveis desta noite da "Rede Globo" foi marcado por um tom amistoso entre os candidatos do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, do PSB, Anthony Garotinho, e da Frente Trabalhista, Ciro Gomes.
Em vez de se atacarem mutuamente, os candidatos aproveitaram a primeira parte, em que o tema do debate é escolhido por sorteio, para apresentarem seus programas de governo. Lula, o primeiro sorteado, escolheu Ciro Gomes para debater sobre o tema educação.
Ciro lembrou que dos 15 anos que passou na escola, 12 forma na escola pública. "Se não fosse a excelente escola pública que tive, seria mais um dos brasileiros que ficou com seu sonho frustrado. Hoje o filho da classe média não tem mais essa qualidade. Só se preocupa com a expansão de vagas e não com a qualidade."
O candidato da Frente Trabalhista prometeu expandir vagas e fazer um "choque de qualidade" no ensino fundamental, criando estímulos financeiros para o professor. Precisamos de um professor estimulado. Só será estimulado se for bem remunerado." Ele também se comprometeu a fazer um "choque de qualidade e de autonomia" na universidade.
Já Lula prometeu criar uma cota para os negros na universidade pública. "Temos de resgatar dívida do país com o negro. Aumentar crédito educativo para 186 mil estudantes. Um país que tem dinheiro para financiar empresa multinacional também tem de ter dinheiro para o estudante. "
Ciro concordou com a proposta de Lula. "Também sou a favor das cotas para negros e pobres."
O intermediador do debate, Willian Bonner, perguntou para Lula como ele faria para definir quem é negro para ser beneficiado pela criação das cotas. "Muita gente, por falta de conhecimento ou por preconceito, não se reconhece como negro. Mas existem critérios científicos para identificar quem é negre, quem é pardo, quem é branco. No mercado de trabalho, na educação, se vê que o negro é marginalizado historicamente."
Bonner perguntou para Ciro se as cotas valeriam para os mestiços. O candidato disse que se recusa a usar critérios científicos paraidentificar quem é negro. "Quem se reconhecer como negro será beneficiado pelas cotas."
Na sua vez de perguntar, Ciro indagou para Garotinho como resolver o problema do rombo da aposentadoria dos funcionários públicos. "O Brasil tem três problemas centrais, um deles é o rombo da Previdênia. Isso cria uma injustiça humana. Tem 13 mihões de aposentados sem dinheiro para comprar uma caixa de remédio", disse Ciro.
"Temos o objetivo de sanear a Previdência, mas garantir os direitos adquiridos. Não podemos permitir que quem contribuiu com quatro salários mínimos recebam dois salários mínimos de aposentadoria. Teremos uma transição para o regime de capitalização", respondeu Garotinho.
Ciro aproveitou sua tréplica para alfinetar o presidente Fernando Henrique Cardioso. "O brasileiro precisa saber que o último acordo que FHC assinou com FMI contém memorandos que criam a contribuição dos aposentados inativos. Escondeu que o acordo iria trazer mais sacrifícios para a sociedade. Temos de reduzir a informalidade. Até um salário, haverá descontos nos encargos sobre a folha de pagamento". Em sequencia, vamos criar um regime de capitalização para evoluir para regime único com contas individuais."
Garotinho disse que tinha um modelo parecido com o de Ciro. Não toleraremos que você seja mais uma vez vítima. Na hora que aperta, corta do pequeno. O q vê, você pagou, é seu. Em determinado momento, FHC chamou aposentado de "vagabundo".
Garotinho se enrolou para responderpara Bonner como faria para vincular a aposentadoria ao salário mínimo, já que a Constituição acabou com essa regra em 1999. O candidato do PSB disse que a regra de vinculação existia e estava na Constituição. Mas era o governo FHC que não cumpria a lei.
Mas a verdade é que o governo FHC acabou com a vinculação do salário mínimo à aposentadoria. A vinculação só vale para o piso dos benefícios previdenciários. Em vez de aceitar sua confusão, Garotinho disse que confia no Congresso para corrigir esse erro. "Vamos discutir o programa com Congresso. Os homens públicos não se furtarão a defender direitos dos aposentados."
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