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17/04/2008 - 10h23

MST volta a invadir estrada de ferro da Vale no aniversário do massacre de Carajás

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da Folha Online

A Vale informa que integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) voltaram a ocupar hoje a EFC (Estrada de Ferro Carajás), no Sudeste do Pará. A invasão coincide com o aniversário de 12 anos do massacre de 19 sem-terra em Eldorado dos Carajás (PA).

Procurada pela reportagem, a assessoria do MST não confirma participação na invasão. De acordo com assessores do MST, a invasão pode ser orquestrada por outros movimentos sociais --apoiados ou não pelo MST.

Ontem, o MST realizou protestos e ocupações no Distrito Federal e em 14 Estados: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

O movimento reivindica a liberação de linhas de crédito para construção de casas em áreas de assentamento. De acordo com o MST, a maior parte das mobilizações foram realizadas em agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

Em Brasília, a sede da Caixa foi desocupada após ser definida uma audiência dos trabalhadores rurais com o ministro Márcio Fortes (Cidades) e a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos.

Os manifestantes também fizeram protesto em agências da Caixa e Banco do Brasil em cidades do Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em Sergipe, a Agência do Banco do Nordeste no município de Carira também foi ocupada pelos trabalhadores rurais, além três fazendas em cidades do interior.

Em São Paulo, os manifestantes ocuparam uma unidade da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), no município de Bauru (a 350 km da capital) e a Secretaria de Justiça do estado de São Paulo.

Em Pernambuco, as ocupações foram nas sedes do Incra de Recife e Petrolina.

Na Bahia, o MST ocupou a área da Estação Experimental Manoel Machado, da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola) --órgão do governo da Bahia. Também houve uma ocupação na BA-263, rodovia que liga os municípios de Vitória da Conquista a Itambé.

No Rio Grande do Sul os manifestantes ocuparam o prédio do Ministério da Fazenda e a Secretaria da Agricultura em Porto Alegre. Em Alagoas, a entrada do Porto de Maceió foi ocupada.

Em Goiás, os manifestantes ocuparam uma fazenda no município de Crixás e fecharam, por cerca de duas horas a BR-153, que faz a ligação da região Centro-Oeste com a região Norte, próximo ao município de Porongatú.

No Mato Grosso do Sul, houve trancamento em uma rodovia em Itaquiraí. No Rio de Janeiro o protesto foi marcado pela interdição da Via Dutra, na altura do KM 242, sentido São Paulo, durante uma hora.

Os trabalhadores rurais intensificaram hoje as ações da semana de luta pela reforma agrária. A ampliação do número de ocupações coincide com a véspera do aniversário do massacre de trabalhadores rurais em Eldorado dos Carajás (PA). Amanhã faz 12 anos que 19 sem-terra morreram no confronto com a Polícia Militar.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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