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Advogado diz que Cacciola será transferido ainda hoje; ex-banqueiro almoça prato da diretoria
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CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio
O advogado Guilherme Eluf, que defende o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, informou nesta quinta-feira que seu cliente será transferido do presídio Ary Franco, em Água Santa (zona norte do Rio), para o de Bangu 8 ainda hoje, até as 18h.
Em Bangu, Cacciola poderá ficar em uma cela especial, para quem tem curso superior. Segundo Eluf, o ex-banqueiro encontra-se em uma sala administrativa do presídio Ary Franco. Ele disse seu cliente almoçou a comida da diretoria do presídio, mas não revelou o cardápio.
A transferência do ex-banqueiro foi decidida hoje em reunião entre a defesa de Cacciola e o subsecretário de Administração Penitenciária do Rio, coronel Romer Silveira e Silva.
Agora, a defesa de Cacciola segue para Brasília, onde pretende agilizar um pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O pedido deve ser julgado pelo tribunal em até dez dias.
Foragido
Cacciola afirmou hoje que nunca foi um foragido da Justiça. "A primeira coisa é que eu nunca fui um foragido. Fui para a Itália com passaporte carimbado", disse.
Ele afirmou ainda estar "tranqüilo" e confiante na Justiça. Cacciola destacou que dez outras pessoas condenadas no mesmo processo estão livres e trabalhando. "A única diferença é que eu estava na Itália."
O ex-banqueiro disse também que foi um "erro" ter ido a Mônaco.
Extradição
Cacciola desembarcou hoje no Brasil depois de uma viagem que o trouxe de Mônaco, onde estava preso desde setembro do ano passado. O avião que trazia o ex-banqueiro pousou no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, por volta das 4h30.
Cacciola estava acompanhado por uma escolta formada por agentes da Polícia Federal e funcionários do Ministério da Justiça. Por decisão do STJ, não foi algemado pois não representava risco aos policiais que o acompanhavam.
Ele desembarcou do vôo, que partiu de Paris (França), depois de todos os passageiros e não passou pelo saguão do Tom Jobim. Foi levado para a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro antes de seguir para o presídio Ary Franco.
Cacciola foi preso em Mônaco enquanto passava um final de semana de lazer, longe da Itália --país do qual tem a nacionalidade e de onde não poderia ser extraditado para o Brasil em decorrência de acordos diplomáticos.
O ex-dono do Banco Marka estava foragido do Brasil havia oito anos. Ele foi condenado à revelia no Brasil a 13 anos de prisão pela prática de vários crimes.
Entenda o caso
Em 1999, o banco Marka quebrou com a desvalorização cambial. Mas contrariando o que ocorria no mercado, o Marka e o banco FonteCindam assumiram compromissos em dólar.
O banco de Cacciola, por exemplo, investiu na estabilidade do real e tinha 20 vezes seu patrimônio líquido comprometido em contratos de venda no mercado futuro de dólar.
O Banco Central socorreu as duas instituições, vendendo dólares com cotação abaixo do mercado, tentando evitar que quebrassem. A justificativa para a ajuda oficial às duas instituições foi a possibilidade de a quebra provocar uma "crise sistêmica" no mercado financeiro.
Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Salvatore Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão.
O então presidente do BC, Francisco Lopes, recebeu pena de dez anos em regime fechado e a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, pegou seis anos. Os dois recorreram e respondem ao processo em liberdade.
Em 18 de setembro do ano passado, a juíza federal Simone Schreiber, da 5ª Vara Federal Criminal do Rio, determinou a prisão preventiva do ex-banqueiro.
Na sentença, concedida a pedido do Ministério Público Federal, a juíza determina não só a expedição do mandado de prisão contra Cacciola, como manda informar o Ministério da Justiça do interesse na extradição do ex-banqueiro para o Brasil.
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Como ele tem dupla cidadania, seria até fácil.
E considerando-se que a maioria dos nossos políticos tem ficha na polícia, tem até ex-terroristas, um crimezinho do "colarinho branco" até que não seria grande coisa...
Tem um certo partido aí, que faz o que quer e que mesmo quando são pegos em alguma sujeira, não acontece nada com eles, porque é só dizerem as palavrinha mágicas:
"Eu não sabia de nada...", que tudo acaba em pizza.
Como ele também é meio italiano e deve adorar pizza, AQUELE partido seria ideal para ele...
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