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17/07/2008 - 16h43

Advogado diz que Cacciola será transferido ainda hoje; ex-banqueiro almoça prato da diretoria

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CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

O advogado Guilherme Eluf, que defende o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, informou nesta quinta-feira que seu cliente será transferido do presídio Ary Franco, em Água Santa (zona norte do Rio), para o de Bangu 8 ainda hoje, até as 18h.

Em Bangu, Cacciola poderá ficar em uma cela especial, para quem tem curso superior. Segundo Eluf, o ex-banqueiro encontra-se em uma sala administrativa do presídio Ary Franco. Ele disse seu cliente almoçou a comida da diretoria do presídio, mas não revelou o cardápio.

A transferência do ex-banqueiro foi decidida hoje em reunião entre a defesa de Cacciola e o subsecretário de Administração Penitenciária do Rio, coronel Romer Silveira e Silva.

Agora, a defesa de Cacciola segue para Brasília, onde pretende agilizar um pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O pedido deve ser julgado pelo tribunal em até dez dias.

Foragido

Cacciola afirmou hoje que nunca foi um foragido da Justiça. "A primeira coisa é que eu nunca fui um foragido. Fui para a Itália com passaporte carimbado", disse.

Ele afirmou ainda estar "tranqüilo" e confiante na Justiça. Cacciola destacou que dez outras pessoas condenadas no mesmo processo estão livres e trabalhando. "A única diferença é que eu estava na Itália."

O ex-banqueiro disse também que foi um "erro" ter ido a Mônaco.

Extradição

Cacciola desembarcou hoje no Brasil depois de uma viagem que o trouxe de Mônaco, onde estava preso desde setembro do ano passado. O avião que trazia o ex-banqueiro pousou no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, por volta das 4h30.

Cacciola estava acompanhado por uma escolta formada por agentes da Polícia Federal e funcionários do Ministério da Justiça. Por decisão do STJ, não foi algemado pois não representava risco aos policiais que o acompanhavam.

Ele desembarcou do vôo, que partiu de Paris (França), depois de todos os passageiros e não passou pelo saguão do Tom Jobim. Foi levado para a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro antes de seguir para o presídio Ary Franco.

Cacciola foi preso em Mônaco enquanto passava um final de semana de lazer, longe da Itália --país do qual tem a nacionalidade e de onde não poderia ser extraditado para o Brasil em decorrência de acordos diplomáticos.

O ex-dono do Banco Marka estava foragido do Brasil havia oito anos. Ele foi condenado à revelia no Brasil a 13 anos de prisão pela prática de vários crimes.

Entenda o caso

Em 1999, o banco Marka quebrou com a desvalorização cambial. Mas contrariando o que ocorria no mercado, o Marka e o banco FonteCindam assumiram compromissos em dólar.

O banco de Cacciola, por exemplo, investiu na estabilidade do real e tinha 20 vezes seu patrimônio líquido comprometido em contratos de venda no mercado futuro de dólar.

O Banco Central socorreu as duas instituições, vendendo dólares com cotação abaixo do mercado, tentando evitar que quebrassem. A justificativa para a ajuda oficial às duas instituições foi a possibilidade de a quebra provocar uma "crise sistêmica" no mercado financeiro.

Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Salvatore Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão.

O então presidente do BC, Francisco Lopes, recebeu pena de dez anos em regime fechado e a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, pegou seis anos. Os dois recorreram e respondem ao processo em liberdade.

Em 18 de setembro do ano passado, a juíza federal Simone Schreiber, da 5ª Vara Federal Criminal do Rio, determinou a prisão preventiva do ex-banqueiro.

Na sentença, concedida a pedido do Ministério Público Federal, a juíza determina não só a expedição do mandado de prisão contra Cacciola, como manda informar o Ministério da Justiça do interesse na extradição do ex-banqueiro para o Brasil.

Comentários dos leitores
Igor Bevilaqua (315) 31/05/2009 12h09
Igor Bevilaqua (315) 31/05/2009 12h09
Não demora esse tal de Cacciola sair da cadeia como "HERÓI", lá dentro segundo reportagem ele já é tratado como tal, é só sair que aquí fora também o será..., o povo brasileiro é atrasado e ignorante em se tratando de $$$celebridades$$$..., e tanto faz ser bandido ou não que a pessoa é ovacionada, reeleita, tem um acolhimento "VIP"..., vejam políticos bandidos, são reeleitos facilmente..., se o Cacciola entrar na política brasileira, ele será eleito sem sombra de dúvidas..., e lá na redoma de corrupção ele será apenas mais um entre os muitos. sem opinião
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João Carlos Gagliardi (1384) 18/05/2009 23h48
João Carlos Gagliardi (1384) 18/05/2009 23h48
A melhor saída para o "pobre" do Salvatore Cacciola, seria entrar para a política.
Como ele tem dupla cidadania, seria até fácil.
E considerando-se que a maioria dos nossos políticos tem ficha na polícia, tem até ex-terroristas, um crimezinho do "colarinho branco" até que não seria grande coisa...
Tem um certo partido aí, que faz o que quer e que mesmo quando são pegos em alguma sujeira, não acontece nada com eles, porque é só dizerem as palavrinha mágicas:
"Eu não sabia de nada...", que tudo acaba em pizza.
Como ele também é meio italiano e deve adorar pizza, AQUELE partido seria ideal para ele...
1 opinião
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Luís da Velosa (726) 18/05/2009 16h07
Luís da Velosa (726) 18/05/2009 16h07
Cacciola, esse sabidório, deve ser exemplarmente punido para que, no amanhã, não nos envergonhemos de nós mesmos. 11 opiniões
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