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Presidente do TSE pede para eleitores votarem em candidatos com ficha limpa
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RENATA GIRALDI
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
A dois meses das eleições municipais, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto, fez nesta quinta-feira um pronunciamento, em cadeia nacional de rádio e televisão, no qual conclama os eleitores a votarem nos candidatos com ficha limpa. Britto pede para os eleitores buscarem o máximo de informação sobre os candidatos e votarem naqueles que tiverem uma "vida moralmente limpa".
"Votar com todo entusiasmo, toda alegria, toda liberdade, toda atenção, dando um chega pra lá nos compradores de votos e buscando o máximo de informação quanto ao candidato mais democrático. Mais democrático e de vida moralmente limpa, além de comprovadamente capaz de conduzir os destinos do seu município, isso porque o futuro do seu município, eleitor, será o seu próprio futuro", disse ele no pronunciamento.
O debate sobre os antecedentes dos candidatos ficou ganhou fôlego depois da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) divulgar uma lista com candidatos a prefeito e vice-prefeito que respondem a processos por improbidade administrativa na Justiça.
No pronunciamento, Ayres Britto disse que o eleitor deve compreender que eleição "não é engarrafamento de trânsito nem cadeia, penitenciária ou velório".
Segundo ele, eleição é "uma festa, uma dança e uma celebração". "Merecemos o melhor e não devemos tirar por menos. Eleição não é engarrafamento de trânsito, nem cadeia ou penitenciária, não é um velório. Eleição é ponto mais alto e mais luminoso da democracia representativa. Por isso deve ser vivida como uma festa, uma dança, uma celebração", disse o ministro.
Segundo o presidente do TSE, quando o voto é ruim os mandatos "arrastam-se". Já quando ele é bom pode se comparar à rapidez de uma corrida de 100 metros rasos.
"Quatro anos passam rapidamente --uma corrida de 100 metros-- se o nosso voto é bom; quatro anos arrastam-se em passo de tartaruga se o nosso voto é ruim. Este é um ano de ventura, portanto, um ano de felicidade, um ano de sair da platéia para subir ao palco da urna eletrônica e ali decidir sobre nossos próprios destinos, sobre nossa própria qualidade de vida", disse o ministro.
Para os que comparam a eleição como um momento de transtorno no cotidiano, Ayres Britto defendeu que votar é a possibilidade de o cidadão ter condições de atuar civicamente. "Ela [a eleição] não atrapalha nada, muito pelo contrário, bota para andar de braços dados o civismo e a soberania popular e tudo pelo modo mais fácil possível, pois quando a eleição é municipal nós conhecemos mais de perto os candidatos e só é preciso votar em dois deles --um voto para vereador, um voto para prefeito, sendo que o voto para prefeito já vale para o vice", disse ele.
Ficha suja
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou em julho um projeto de lei complementar que torna inelegíveis candidatos com "ficha suja" na Justiça. Em votação simbólica, a maioria dos integrantes da comissão se mostrou favorável às mudanças na legislação para restringir a candidatura de políticos condenados na Justiça em qualquer instância.
O projeto segue agora para votação no plenário do Senado, mas ainda precisa ser aprovado pela Câmara para entrar em vigor.
O texto não deve ser aprovada pelo Congresso a tempo de vigorar nas eleições municipais de outubro.
O STF (Supremo Tribunal Federal) caminha para rejeitar a ação da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) que torna inelegíveis candidatos condenados pela Justiça em qualquer instância, mesmo que os processos não tenham sido julgados em definitivo.
A Folha Online apurou que a proibição de candidaturas de políticos com "ficha suja" divide os ministros do tribunal, mas a expectativa na Suprema Corte é que a maioria dos seus integrantes se coloque contra a ação da AMB --que deve entrar na pauta de julgamento do plenário no dia 6 de agosto.
Íntegra
A seguir, a íntegra do pronunciamento do ministro
"Eleitoras e eleitores brasileiros,
Estou aqui para saudá-los, para felicitá-los pela oportunidade que todos temos de tratar muito bem os nossos municípios e para tratar muito bem os nossos municípios, basta votar certo na próxima eleição popular no dia 5 de outubro.
Votar com todo entusiasmo, toda alegria, toda liberdade, toda atenção, dando um chega pra lá nos compradores de votos e buscando o máximo de informação quanto ao candidato mais democrático. Mais democrático e de vida moralmente limpa, além de comprovadamente capaz de conduzir os destinos do seu município, isso porque o futuro do seu município, eleitor, será o seu próprio futuro.
Quatro anos passam rapidamente --uma corrida de 100 metros -- se o nosso voto é bom; quatro anos arrastam-se em passo de tartaruga se o nosso voto é ruim.
Este é um ano de ventura, portanto, um ano de felicidade, um ano de sair da platéia para subir ao palco da urna eletrônica e ali decidir sobre nossos próprios destinos, sobre nossa própria qualidade de vida.
Merecemos o melhor e não devemos tirar por menos. Eleição não é engarrafamento de trânsito, nem cadeia ou penitenciária, não é um velório. Eleição é ponto mais alto e mais luminoso da democracia representativa. Por isso deve ser vivida como uma festa, uma dança, uma celebração.
Ela não atrapalha nada, muito pelo contrário, bota para andar de braços dados o civismo e a soberania popular e tudo pelo modo mais fácil possível, pois quando a eleição é municipal nós conhecemos mais de perto os candidatos e só é preciso votar em dois deles --um voto para vereador, um voto para prefeito, sendo que o voto para prefeito já vale para o vice.
Tudo tão simples quanto pedir a bênção aos nossos pais. Tão necessário, quanto cuidar dos nossos filhos.
Boa noite!"
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Claro que sabemos que eles dedicam toda a atenção ao assunto e que devem estar muito tristes em não poder votar algo, que jogaria a maior parte deles na cadeia.
Mas a votação, já tem até data marcada:
30/02/2010...
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