Petista pede acareação entre Félix, Protógenes, Lacerda e diretor de Inteligência da PF

A CPI dos Grampos deverá analisar a possibilidade de uma acareação envolvendo o ministro Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional), o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, o diretor-geral afastado da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda, e Daniel Lorenz de Azevedo, diretor da Divisão de Inteligência do Departamento da PF. O requerimento propondo a acareação será apresentado pelo deputado Domingos Dutra (PT-MA).

O petista disse que considera necessária a realização da acareação porque há uma série de "contradições" entre os quatro personagens. Na sua opinião, essas contradições geram dúvidas e mais questionamentos sobre a atuação da Polícia Federal e a questão dos grampos telefônicos no país.

Dutra antecipou sua sugestão de acareação durante o depoimento de Azevedo à CPI dos Grampos, na Câmara. Na comissão, o delegado reagiu às críticas do deputado de que haveria contradição no seu depoimento.

"Não faço parte de panelinha, daqui a 360 dias vou me aposentar. Não tenho turma. Não faço parte do doutor Luiz Fernando Corrêa [diretor-geral da PF]', afirmou Azevedo. "Eu posso afirmar que essa Operação Satiagraha saiu dos preceitos do manual [de procedimentos operacionais da Polícia Federal]", reiterou ele.

Durante o depoimento, o policial negou ainda que o vazamento de informações sobre operações em curso ocorra via PF. De acordo com Azevedo, enquanto as informações estão restritas aos policiais, o risco de vazamento é mínimo. "Não existe vazamento, quando há permanência [de informações] apenas no órgão [na PF]", disse ele.