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07/02/2003 - 19h37

Para Erundina, crise no PT é grave

CAMILO TOSCANO
da Folha Online

Ex-integrante do PT, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) avaliou hoje como grave a crise entre os radicais petistas e a cúpula do partido, iniciada com as críticas à condução da política econômica do ministro Antonio Palocci (Fazenda), semelhante à adotada por Pedro Malan.

"É uma crise, a meu ver, grave. Sobretudo por causa do momento em que ela explode, no início de governo", afirmou a deputada, que chegou a ser punida quando estava no PT, em 1992, por ter aceito convite para ingressar no governo Itamar Franco, após o impeachment de Fernando Collor de Mello.

A deputada disse concordar com o conteúdo das críticas feitas pelos radicais João Batista Oliveira (PT-PA), o deputado federal Babá, e a senadora Heloísa Helena (PT-AL). Segundo Erundina, a política de Palocci não cumpre o programa do PT, o que foi prometido nas eleições e é uma continuidade da gestão Fernando Henrique Cardoso, mas as críticas acontecem em momento e forma inadequados.

"[As críticas] não deveriam ter sido feitas nesse momento, com esse nível de publicidade", afirmou. "Acho que eles [os radicais] dão pretexto para a mídia, que vive de questões polêmicas, para que ela faça essas coberturas. A mídia nunca deu espaço para essas disputas e essas posições eles sempre tiveram, mas agora aparecem", afirmou.

Erundina disse que o PT tem "muita dificuldade" de lidar com as divergências internas por ter regras e critérios de funcionamento muito claros e "fica mais difícil de tolerar o desrespeito a essas normas". Para ela, é preciso "mais flexibilidade ao partido para não chegar a uma situação de difícil retorno" e que as discussões aconteçam internamente.

Punição

Luiza Erundina sofreu suspensão de um ano no PT em 1992, quando aceitou participar do governo Itamar. Após quatro meses e meio, deixou o governo e teve a punição retirada. "Acredito que, se o PT tivesse participado do governo, a situação do país seria outra e FHC poderia não ter sido eleito", afirmou.

Para a deputada, sua situação era diferente da vivida atualmente pelos radicais petistas, porque se tratava de uma questão de disciplina partidária e não de uma questão de princípio. "Minha situação era até menos importante, menos grave do que a atual."

Ela disse também que ao voltar da punição sua situação ficou insustentável dentro do PT, porque foi "taxada de traidora" e recebia olhares desconfiados. Segundo a deputada, até hoje nenhum integrante da cúpula do PT a procurou para um mea culpa ou para dizer que avaliaram mal sua ida para o governo à época.


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