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20/05/2009 - 07h46

Agricultores protestam em 12 Estados por melhoria no campo

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da Agência Folha

Trabalhadores rurais realizaram ontem protestos em 12 Estados por melhorias nas condições de trabalho no campo. Houve bloqueios de rodovias e manifestações em frente a bancos e órgãos de governos.

O MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) organizou a jornada, que contou com apoio do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da Via Campesina.

Os manifestantes pedem crédito para a produção de alimentos, regularização fundiária, melhoria na infraestrutura do trabalho dos camponeses, moradia e são contra o agronegócio. Neste ano, incluíram na pauta a questão das enchentes no Nordeste e a seca no Sul.

"Neste ano, uma das principais reivindicações da jornada é tratar dos problemas causados por alterações climáticas às produções. Medidas emergenciais não resolvem o problema", disse Valmir Noventa, da direção nacional do MPA.

Segundo o MPA, houve atos no Espírito Santo, Minas Gerais, Rondônia, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Piauí e Alagoas.

No Rio Grande do Sul, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que houve bloqueios de rodovias e pontes em quatro pontos do Estado, em regiões de fronteira e divisas.

Na BR-290, próximo a Eldorado do Sul, manifestantes liberaram as cancelas de um pedágio por 30 minutos. Veículos deixaram de pagar tarifa. Cerca de 1.500 pessoas, segundo o movimento, saíram de Guaíba em direção a Porto Alegre, onde devem realizar ato hoje.

Em São Borja, na BR-285, agricultores bloquearam ponte na fronteira com a Argentina. Em Iraí e Vacaria, divisa com Santa Catarina, houve bloqueio de rodovia.

Em Minas Gerais, em Araçuaí, na região do Vale do Jequitinhonha, agricultores fizeram protestos em frente à agência do Banco do Brasil.

No Espírito Santo, cerca de 1.500 agricultores, de 28 cidades do Estado, percorreram as ruas de Vitória e foram recebidos pelo governo estadual.

No Paraná, uma marcha com 400 integrantes do MST e da Via Campesina segue em direção a Curitiba. Parte dos manifestantes saiu de Porecatu, e a outra, de Foz de Iguaçu. A previsão é que cheguem à capital do Estado no dia 4.

Em Goiás, a Polícia Rodoviária Federal informou que pequenos agricultores e sem-terra bloquearam por volta das 7h30 a BR-153 entre Uruaçu e Campinorte. Em Rondônia, integrantes do MPA foram recebidos por secretários estaduais em Porto Velho.

Na Bahia, o MPA protestou por duas horas em frente à sede da Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) em Vitória da Conquista. Segundo o movimento, também foram feitas marchas de trabalhadores pelas ruas de Ponto Novo e Bonfim.

Em Pernambuco, houve atos nas ruas de Ouricuri, no sertão do Araripe. O MPA quer ser recebido hoje pelo ministro do Desenvolvimento Agrário.

Em Mato Grosso, o MST bloqueou duas rodovias, mas a razão apontada é a "morosidade" da superintendência estadual do Incra em relação aos processos de desapropriação de sete fazendas no Estado.

Colaboraram CÍNTIA ACAYABA, RODRIGO VARGAS, PABLO SOLANO e JOSÉ MASCHIO

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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