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22/07/2009 - 13h32

Tarso diz que vazamento de gravações em investigações é "natural"

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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O ministro Tarso Genro (Justiça) evitou comentar nesta quarta-feira o suposto vazamento de interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal que indicaram a participação direta do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na edição de atos secretos.

Tarso disse que se o inquérito não estiver em sigilo é um "vazamento normal". O ministro afirmou ainda que a Polícia Federal está proibida de usar politicamente as gravações.

"Não sei se houve vazamento porque não sei se o processo está em segredo de Justiça. Um inquérito dessa natureza está há muito tempo na jurisdição da Polícia Federal e, de repente, se esse processo vai para o Ministério Público e para a Justiça, os advogados têm acesso, as pessoas têm o direito de manusear o processo. Então é um vazamento natural, as pessoas, os advogados vazam", disse.

Segundo o ministro, a Polícia Federal mudou a linha de atuação porque, enquanto participava do debate político, passou por um "período negativo". "A Polícia Federal tem orientação severa de não participar do debate político, oferecendo fatos para o debate. Ela faz investigações técnicas, leva para o Ministério Público e consequentemente para a Justiça. O período em que a Polícia federal apresentava fatos e eles serviam para o debate político foi um período negativo e este não é mais um papel da Polícia Federal", afirmou.

Tarso negou que a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje pedindo ao novo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, cuidado com a biografia dos investigados tenha relação com o presidente do Senado, José Sarney, envolvido em denúncias de irregularidades. No mês passado, o presidente Lula chegou a afirmar que "Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum".

"Acho que não. Existe todo um processo no Brasil de afirmação de solidez das instituições, do processo investigativo e como isso é impactante na sociedade. Quando o presidente reporta isso, é uma cautela que todos devem ter de não fazer prejulgamento", afirmou.

A Polícia Federal indiciou na semana passada o filho de Sarney, Fernando, por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e tráfico de influência.

Diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial, durante a Operação Boi Barrica e divulgados hoje, mostram a prática de nepotismo pela família com auxílio do ex-diretor-geral Agaciel Maia e aos atos secretos, segundo reportagem publicada do jornal "O Estado de S.Paulo".

Em um dos diálogos, o empresário Fernando Sarney, filho do senador, diz à filha, Maria Beatriz Sarney, que mandou Agaciel reservar uma vaga para o namorado dela, Henrique Dias Bernardes.

A reportagem informa que, em outra conversa, Fernando Sarney conversa com o filho João Fernando sobre o emprego dele como funcionário do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).

Em diálogo com o filho, alvo da investigação, José Sarney caiu na interceptação. Segundo a gravação, o senador se compromete a falar com Agaciel para sacramentar a nomeação. O namorado da neta foi nomeado oito dias depois, por ato secreto.

Comentários dos leitores
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
"servidores que ameaçam recorrer à Justiça contra a implantação do novo sistema por meio do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União)".
Quer dizer que apesar de ser funcionário "público" eles não querem estar sob controle. Demitam todos e ai eles vão ver como era bom ser funcionário público.
sem opinião
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Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
A Galera que vai trabalhar na campanha dos senadores para a releição ficaram fora do ponto eletronico. No Senado Federal, quanto maior o cargo do funcionário e do Senador, é que a fiscalização tem que ser maior, uma vez que na rede da tranbicagem peixe pequeno não entra. sem opinião
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Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
É lamentavel que o ex presidente Jose Sarney nao tenha o menor apesso pela sua biografia; Um politico sem carisma, que para se manter no poder negociou com todos os governos possiveis e aceitou as maiores torpezas podia ao menos na velhice respeitar o papel de homem da transiçao democratica e nao terminar assim como uma das maiores vergonhas da classe politica.
Esta promessa de ponto eletronicao é como a de reforma administrativa no Senado, se o Senado fosse uma empresa ja teria quebrado, sua eficiencia é vergonha para os cidadãos.
Se nosso sistema politico exigisse um numero minimo de votos sem os quais nao se elegeriam um politico poderiamos ter uma camara com 500, ou com 400, ou 300 ou 200 representaantes.
O ex presidente deveria se retirar para Ilha do Calhau e rezar para que o país o esquecesse.
sem opinião
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