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13/07/2004 - 11h33

Novo presidente da Abin é amigo de Lula

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CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online

O novo diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Mauro Marcelo de Lima e Silva, 44, que tomou posse hoje, é conhecido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde dezembro de 1994, quando era delegado de polícia no ABC Paulista.

Na ocasião, Lima e Silva foi um dos intermediadores na solução do seqüestro do estudante Marcelo Teixeira, filho do advogado e compadre do presidente, Roberto Teixeira, em São Bernardo do Campo (ABC paulista). O seqüestro terminou com a libertação do refém depois de 11 dias de cativeiro. Não houve o pagamento de resgate e os seqüestradores foram presos.

Lula acompanhou pessoalmente as negociações da polícia com os seqüestradores.

Desde então, Lima e Silva sempre foi chamado por Lula e pelo PT para colaborar em assuntos que envolviam investigação policial, como um caso de extorsão sofrida por um sindicalista no ABC e de grampo telefônico ocorrido no comitê do PT, durante a campanha eleitoral à Presidência, em 1998. O delegado também tem ligação com o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

Formado pela Academia Nacional do FBI em 1993, Lima e Silva é delegado há 18 anos e foi um dos responsáveis pela introdução no Brasil de técnicas de combate a crimes da internet e de tecnologia.

Apesar de não ser filiado ao PT, o novo diretor-geral da Abin mantém com ele a bandeira que o então presidente eleito Lula carregou na comemoração da vitória na eleição presidencial de 2002 na avenida Paulista (região central de SP). Um detalhe: a bandeira está autografada por Lula e pela primeira-dama, Marisa Letícia da Silva.

Reestruturação

O delegado de polícia substituirá Marisa Del'Isola e Diniz, que estava no cargo desde novembro de 2000 e foi exoneradano dia 18 de maio pelo governo federal. A alteração, segundo o governo, faz parte da reestruturação da Abin, que tem o objetivo de fazer com que a agência defina quais informações são relevantes para o Estado brasileiro, mantenha seu arquivo atualizado e seja mais transparente.

Embora só tenha sido anunciada em maio, a saída de Marisa já era esperada desde o início do governo. Há cerca de dois meses, ela chegou a se reunir com auxiliares para informar que havia colocado o cargo à disposição do general Jorge Armando Félix, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Na ocasião, Félix negou que houvesse insatisfação por parte da diretora.

Em nota divulgada na ocasião da saída de Marisa, o governo informou que ela deixou o cargo por vontade própria. No entanto, segundo reportagem da Folha, Marisa estaria se sentindo desconfortável por saber da suposta reestruturação e chegou a comentar com colegas que não recebeu apoio quando o ex-chefe do FBI no Brasil, Carlos Costa, afirmou que a Abin estava sucateada.

A Abin voltou a ficar em evidência com o caso Waldomiro Diniz, quando foi ventilada a hipótese de que a agência não havia levantado corretamente todas as informações de processos relativos ao ex-assessor do ministro José Dirceu.

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