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13/07/2004 - 13h12

Novo diretor da Abin diz que órgão será transparente

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RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

O delegado Mauro Marcelo Lima e Silva, que tomou posse hoje como o novo diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), afirmou que, ao contrário dos antecessores, terá uma relação "franca" com a imprensa e tornará o órgão totalmente transparente. A declaração foi dada em entrevista coletiva, após a solenidade de posse, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lima e Silva disse que nos 18 anos em que foi delegado da Polícia Civil de São Paulo, teve um "excelente" relacionamento com a imprensa e que "levantou a bandeira da transparência" na atividade da inteligência.

"Os senhores sabem que é uma atividade extremamente complicada devido àquele espectro, ao fantasma do passado, que acaba maculando a atividade. Uma das primeiras providências para eu demonstrar aos senhores que estamos tentando implementar uma nova Abin, será fazer alguns cafés aqui com jornalistas. Eu quero convidar todos os senhores para conhecer as dependências aqui da agência", declarou o diretor.

Ao falar sobre o futuro relacionamento com os jornalistas e órgãos de imprensa, Lima e Silva criticou o ex-ministro Alberto Cardoso, que ocupou o Gabinete de Segurança Institucional durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Segundo ele, há três anos, durante a posse da antecessora no comando da Abin, Marisa Almeida Del' Isola, Cardoso disse que os jornalistas "nunca" iriam ouvir uma entrevista dela.

"Eu me recordo, há uns três anos, quando minha antecessora assumiu, o general Alberto Cardoso, quando a apresentou à imprensa, disse: olha, aqui está a nova diretora, os senhores nunca vão ouvir uma entrevista dela. Com todo respeito à atividade desenvolvida no passado, acho que esse manto de segredo que se põe sobre a atividade de inteligência é que acaba aumentando a desconfiança do que se faz na atividade", afirmou Lima e Silva.

Futebol

No discurso de posse, ao dirigir-se a Lula, Lima e Silva lembrou das analogias ao futebol feitas pelo presidente em seus discursos e pediu licença para também fazer uma.

Ele comparou o governo Lula a uma partida de futebol e disse que o jogo (governo) ainda está nos 34 minutos do primeiro tempo. Lima e Silva afirmou que ainda há muito jogo pela frente e que foram feitos muitos gols. O diretor, porém, disse que o governo também tomou alguns "cartões amarelos" (críticas e crises).

Otimista, Lima e Silva afirmou que a "maior parte do estádio está a nosso favor", apesar de haver uma "pequena torcida muito barulhenta."

"O jogo é duro, já tomei algumas caneladas antes mesmo de entrar em campo, mas estou assumindo minha posição de beque central. Temos que nos antecipar a jogadas e jogar as bolas nos pés do capitão do time [Lula] para fazer o gol. Nós vamos ganhar de goleada e no final do jogo a torcida extasiada vai gritar é campeão é campeão. E não será surpresa para mim, no final do jogo, a torcida pedir bis [reeleição]", declarou Lima e Silva, que é amigo pessoal do presidente.

O novo diretor da Abin não quis comentar a reabertura do caso Waldomiro Diniz pela Polícia Federal. Ele também não falou sobre eventuais divergências internas na agências, que são " coisas do passado".

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