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26/08/2004
-
07h51
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que não há nada de ilegal no uso de seguranças do BankBoston em sua campanha a deputado federal em 2002. O BankBoston, por sua vez, negou a suspeita de que os acordos trabalhistas possam ter sido simulados para encobertar doações eleitorais.
Segundo Meirelles, os seguranças eram um direito seu, previsto em contrato firmado com o banco, mesmo após sua aposentadoria. "É uma fantasia. Não há nada de ilegal. A segurança estava prevista em contrato, publicado pelo banco em seus relatórios", disse Meirelles ontem à Folha.
Segundo o presidente do BC, o contrato é feito pelo banco com seus executivos e previa que ele teria direito a vários benefícios até dois anos depois de se desligar da instituição. Meirelles se aposentou no BankBoston em agosto de 2002, ano em que se candidatou a deputado federal.
Entre os benefícios, Meirelles disse que estavam o uso de segurança, secretárias e escritório. O contrato teria sido desfeito quando ele ingressou no BC, no início de 2003. "Rompi unilateralmente o contrato quando assumi a presidência do BC. Abri mão dos benefícios porque, como estaria comandando o órgão regulador do sistema financeiro, haveria conflito de interesses."
Segundo a assessoria de Meirelles, por ter rompido antecipadamente o contrato, que venceria em agora, em agosto, o presidente do BC recebeu uma indenização de US$ 1 milhão.
Meirelles disse que, quando decidiu se candidatar, teve o cuidado de consultar advogados especialistas em legislação eleitoral sobre a legalidade do uso de segurança paga pelo BankBoston durante a campanha eleitoral.
"Na época e depois disso, quando começaram os ataques contra minha pessoa, o advogado Torquato Jardim [ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral] disse que não havia nenhum problema, que era um direito meu", disse.
O presidente do BC afirma que, durante sua campanha, "todo mundo sabia que eu usava segurança paga pelo banco. Por que, na época, ninguém contestou?".
Meirelles afirmou também que não poderia comentar as suspeitas contra o BankBoston sobre ilegalidades nos acordos trabalhistas envolvendo os seguranças.
Posição do BankBoston
O BankBoston divulgou ontem à noite nota afirmando que "jamais pagou salários para pessoas que trabalharam na campanha do sr. Henrique Meirelles".
O texto diz ainda que depois que Meirelles se aposentou o FleetBoston Financial, "por força de contrato, continuou a provê-lo com serviços de segurança".
O banco contesta ainda as suspeitas do Ministério Público sobre os acordos trabalhistas envolvendo seguranças usadas por Meirelles. Segundo a nota, "todos os acordos foram feitos pela área de recursos humanos, nada tendo a ver com a campanha política do sr. Henrique Meirelles".
Os acordos, segundo o BankBoston, "foram feitos objetivando ganhar tempo e dinheiro, o que de fato se conseguiu".
Torquato Jardim confirmou à Folha que foi advogado de Henrique Meirelles na campanha. Ele disse que Meirelles usou segurança paga pelo BankBoston por obrigação contratual, imposta temporariamente a ex-executivos de empresas que detêm segredos.
Ele teria avisado juízes do TRE de Goiás, informalmente, sobre o uso obrigatório desses seguranças, durante visita de Meirelles ao órgão, em 2002. Afirmou desconhecer a razão por que alguns seguranças foram à Justiça contra o BankBoston e acrescentou que esse fato não tem nenhuma relação com a regularidade da campanha.
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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que não há nada de ilegal no uso de seguranças do BankBoston em sua campanha a deputado federal em 2002. O BankBoston, por sua vez, negou a suspeita de que os acordos trabalhistas possam ter sido simulados para encobertar doações eleitorais.
Segundo Meirelles, os seguranças eram um direito seu, previsto em contrato firmado com o banco, mesmo após sua aposentadoria. "É uma fantasia. Não há nada de ilegal. A segurança estava prevista em contrato, publicado pelo banco em seus relatórios", disse Meirelles ontem à Folha.
Segundo o presidente do BC, o contrato é feito pelo banco com seus executivos e previa que ele teria direito a vários benefícios até dois anos depois de se desligar da instituição. Meirelles se aposentou no BankBoston em agosto de 2002, ano em que se candidatou a deputado federal.
Entre os benefícios, Meirelles disse que estavam o uso de segurança, secretárias e escritório. O contrato teria sido desfeito quando ele ingressou no BC, no início de 2003. "Rompi unilateralmente o contrato quando assumi a presidência do BC. Abri mão dos benefícios porque, como estaria comandando o órgão regulador do sistema financeiro, haveria conflito de interesses."
Segundo a assessoria de Meirelles, por ter rompido antecipadamente o contrato, que venceria em agora, em agosto, o presidente do BC recebeu uma indenização de US$ 1 milhão.
Meirelles disse que, quando decidiu se candidatar, teve o cuidado de consultar advogados especialistas em legislação eleitoral sobre a legalidade do uso de segurança paga pelo BankBoston durante a campanha eleitoral.
"Na época e depois disso, quando começaram os ataques contra minha pessoa, o advogado Torquato Jardim [ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral] disse que não havia nenhum problema, que era um direito meu", disse.
O presidente do BC afirma que, durante sua campanha, "todo mundo sabia que eu usava segurança paga pelo banco. Por que, na época, ninguém contestou?".
Meirelles afirmou também que não poderia comentar as suspeitas contra o BankBoston sobre ilegalidades nos acordos trabalhistas envolvendo os seguranças.
Posição do BankBoston
O BankBoston divulgou ontem à noite nota afirmando que "jamais pagou salários para pessoas que trabalharam na campanha do sr. Henrique Meirelles".
O texto diz ainda que depois que Meirelles se aposentou o FleetBoston Financial, "por força de contrato, continuou a provê-lo com serviços de segurança".
O banco contesta ainda as suspeitas do Ministério Público sobre os acordos trabalhistas envolvendo seguranças usadas por Meirelles. Segundo a nota, "todos os acordos foram feitos pela área de recursos humanos, nada tendo a ver com a campanha política do sr. Henrique Meirelles".
Os acordos, segundo o BankBoston, "foram feitos objetivando ganhar tempo e dinheiro, o que de fato se conseguiu".
Torquato Jardim confirmou à Folha que foi advogado de Henrique Meirelles na campanha. Ele disse que Meirelles usou segurança paga pelo BankBoston por obrigação contratual, imposta temporariamente a ex-executivos de empresas que detêm segredos.
Ele teria avisado juízes do TRE de Goiás, informalmente, sobre o uso obrigatório desses seguranças, durante visita de Meirelles ao órgão, em 2002. Afirmou desconhecer a razão por que alguns seguranças foram à Justiça contra o BankBoston e acrescentou que esse fato não tem nenhuma relação com a regularidade da campanha.
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